Os partidos políticos do Quebec deveriam comprometer-se a aumentar as metas de imigração se forem eleitos em 3 de Outubro. Quem o diz é Michel Leblanc, presidente da Câmara de Comércio de Montreal. Mesmo assim, para Leblanc é difícil defender a imigração na província.
Dias antes do início da campanha eleitoral do Quebec, Michel Leblanc, presidente da Câmara de Comércio de Montreal, disse que as empresas da região estão a lutar para encontrar trabalhadores. A falta de mão-de-obra, acrescentou, está a forçar as empresas a pagar salários mais elevados, a deixar os contratos por cumprir ou a baixar a qualidade dos seus serviços.
“A questão da disponibilidade de trabalhadores é a questão número 1 invocada pelas empresas quando lhes perguntam sobre os riscos ou obstáculos ao seu crescimento e mesmo os riscos para a eventual sobrevivência do negócio”, disse Michel Leblanc em entrevista à imprensa canadiana.
A câmara pediu aos partidos que se comprometeram a formar o próximo Governo com o objetivo de aumentar as metas de imigração para pelo menos 64 mil por ano, a fim de ajudar a preencher o que disse ser mais de 220 mil postos de trabalho vagos em toda a província.
Michel Leblanc reconhece, contudo, que a preocupação com a língua francesa é central para o discurso político no Quebec. A maioria dos partidos não quis mais imigrantes devido a um receio de que o Estado não tenha os recursos para os integrar devidamente e ensinar o francês.
Leblanc diz que o discurso mudou nos quatro anos desde que o partido de François Legault foi eleito com base numa promessa de redução da imigração, acrescentando que a necessidade de trabalhadores já não pode ser ignorada.
“Penso que nenhum dos partidos que são suscetíveis de formar o próximo governo tem atualmente nas suas plataformas o desejo de reduzir a imigração, e penso que aqueles que o desejam serão confrontados em todo o Quebec pelos proprietários de empresas e também pelos empregados dessas empresas”, disse, acrescentando que acreditava que a província tem a capacidade de integrar adequadamente os recém-chegados e de ainda ensinar o francês.
A província pode aceitar quase 70 mil imigrantes este ano para recuperar o atraso depois de não ter alcançado o seu objetivo durante a pandemia da Covid-19.
As eleições estão marcadas para 3 de outubro.