Guerra comercial domina discurso do trono em Ontário

Foto: X Edith Dumont

15 de abril marcou o início oficial da nova sessão do terceiro mandato maioritário de Doug Ford como premier de Ontário, após as eleições antecipadas de fevereiro.

O discurso do trono de Ontário, uma cerimónia destinada a definir a agenda e o tom do novo Governo provincial, focou-se na incerteza económica criada pelas tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

O discurso foi proferido pela tenente-governadora Edith Dumont.

Dumont sublinhou que Ontário e o Canadá confiaram no comércio livre com os EUA durante décadas, como caminho para o crescimento económico. No entanto, as tensões e incertezas dos últimos meses suscitam a necessidade de Ontário deixar de depender dos EUA, que mostrou ser um parceiro pouco fiável.

A tenente-governadora evidenciou que este novo mandato do Governo de Ontário vai centrar as suas ações na construção de uma “economia mais competitiva, mais resistente e mais autossuficiente”.

O discurso sublinhou ainda a importância de novos caminhos-de-ferro, auto-estradas, aeroportos e portos marítimos, bem como de novos oleodutos. A intenção de Ford de construir um túnel sob a autoestrada 401 para resolver o problema do engarrafamento na área da Grande Toronto não ficou de fora.

Para além disso, o primeiro projeto de lei do Governo deverá incidir sobre o comércio interprovincial.

Quanto à segunda ordem de trabalhos do Governo, segundo o discurso, será a apresentação de um projeto de lei que daria ao Governo autoridade para designar regiões onde estão presentes vários depósitos minerais críticos, incluindo a região do Anel de Fogo, como regiões de “importância estratégica”.

O Governo também indica que vai gastar mais em infraestruturas que permitam a habitação, trabalhar com os municípios para baixar os encargos de desenvolvimento e normalizar o custo e os prazos de construção de casas, mas há uma promessa fundamental de habitação que está notoriamente ausente.

Os acampamentos dos sem-abrigo também não foram esquecidos. Segundo o discurso, os municípios vão receber mais ajuda para acabar com o problema.