A aquisição multibilionária da BlackBerry por um dos seus maiores acionistas está longe de ter acabado, e ainda pode ter vários obstáculos pelo caminho, dizem os analistas familiarizados com o fabricante de smartphones.
A empresa sediada em Waterloo, Ontário, anunciou que um consórcio liderado pela empresa de investimentos canadiana Fairfax Financial está a avançar com o negócio no valor de 4,700 mil milhões de dólares.
Mas o analista da MKM Partners, Mike Genovese, diz que a aquisição, no valor de $9 por ação, é uma tentativa dos investidores de recuperar o investimento, quando poucas pessoas estão interessadas.
O preço estava acima do recente valor da BlackBerry nos mercados públicos, após o anúncio da empresa na sexta-feira de que vai cortar cerca de 40 por cento da sua força de trabalho global, cerca de 4.500 postos de trabalho, e registar uma perda de quase mil milhões de dólares.
Sob o acordo anunciado, o consórcio irá adquirir todas as ações em circulação da BlackBerry não detidas pela Fairfax, que detém cerca de 10 por cento da empresa.
“Acreditamos que esta transação irá abrir um entusiasmante novo capítulo para a BlackBerry, os seus clientes, transportadores e funcionários”, declarou Prem Watsa, presidente e chefe-executivo da Fairfax.
O conselho de administração da BlackBerry aprovou os termos da carta de acordo.
Espera-se que o consórcio conclua a sua “due diligence” até ao dia 4 de novembro. Até então, a BlackBerry tem autorização para ativamente solicitar e avaliar as ofertas rivais.
O acordo inclui uma taxa de rutura de pelo menos 30 cêntimos por ação, ou cerca de $157 milhões, se a BackBerry assinar um acordo com outro comprador em determinadas circunstâncias. Esse montante aumenta para 50 cêntimos de dólar por ação, ou cerca de 262 milhões de dólares se BlackBerry assinar um acordo definitivo com o consórcio Fairfax.