
Lisboa, 28 nov 2025 (Lusa) — O Conselho de Ministros aprovou hoje uma estrutura de resposta do Governo a todo o tipo de crises graves, que é ativada pelo primeiro-ministro, e definirá os passos de resposta em matéria de coordenação e comunicação política.
A medida, que tinha sido avançada pelo semanário Expresso, foi anunciada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.
O CorGov, este centro de resposta para as crises do Governo, “que é ativado perante uma crise grave, por decisão do primeiro-ministro”, conterá “uma sequência de passos, seja no plano da coordenação política, seja no plano da comunicação”.
“Sejam as crises de ordem natural, de ordem e de fonte humana, cibernéticas ou digitais e físicas”, explicou.
O ministro frisou que a aprovação deste instrumento não significa que se alterem e desapareçam “as responsabilidades operacionais das várias entidades, como a proteção civil, a emergência médica, as responsabilidades militares ou o Sistema de Segurança Interna”.
Sem nunca se referir diretamente ao apagão energético de abril, o ministro da Presidência admitiu que o Governo foi confrontado, nesse episódio, com a ausência de “um processo planeado de coordenação política da crise e de comunicação política da crise”.
“Quando não se têm processos planeados, a alternativa é improvisar quer esse processo de coordenação política, quer o processo de comunicação”, disse.
Leitão Amaro defendeu, pelo contrário, que “Estados bem organizados, Governos bem estruturados, têm um processo de coordenação da tomada das principais decisões, da chefia, da cadeia de decisão, dos tempos, dos avisos, da interlocução com outras entidades relevantes”.
“A mesma coisa com a comunicação política. Nós podemos, como fizemos recentemente, ter a intuição de nos dirigirmos imediatamente para a antena do rádio, o que até fizemos como improviso num episódio passado, mas é importante que isto aconteça de forma coordenada, planeada, de forma profissional”, disse.
Para o CorGov, explicou, o Governo inspirou-se em modelos de outros países.
“O Governo português tem o que não tinha antes, que é esta preparação que dá mais segurança e garantias aos cidadãos”, afirmou, defendendo que “é em momento de paz que se preparam as crises”.
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