
Beja, 23 dez 2025 (Lusa) – O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo defendeu hoje que a ministra da Saúde deve “usar todos os meios” para garantir que, neste “período difícil” de festividades, não haja “uma quebra” da assistência às pessoas.
“Julgo que a senhora ministra, como responsável que é, deverá usar todos os meios que tem ao seu dispor para garantir que no fim do ano não haja uma quebra da assistência” na saúde, afirmou Gouveia e Melo à margem de uma visita a Beja, no âmbito da sua candidatura às eleições para a Presidência da República.
Questionado pelos jornalistas a propósito de eventuais constrangimentos na saúde nesta quadra festiva, o almirante admitiu que estas duas últimas semanas do ano são “um período difícil”, em que “as escalas são sempre mais complicadas”, e, por isso, “cabe aos responsáveis” resolver este “problema de gestão”.
Na edição de hoje, o jornal Correio da Manhã titula que “Férias de médicos ‘fecham’ sete urgências”, noticiando que “até domingo há vários serviços de ginecologia/obstetrícia encerrados”.
Na segunda-feira, o jornal Público aludiu a um despacho da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que “recomenda a identificação dos profissionais indispensáveis para não comprometer o funcionamento dos serviços na época do Natal”.
Após reunir-se com o executivo da Câmara de Beja, presidido por Nuno Palma Ferro, o candidato presidencial, acompanhado por uma comitiva de cerca de 10 apoiantes, contactou com a população no ‘coração’ da cidade, em plenas Portas de Mértola.
Em declarações aos jornalistas neste local, Gouveia e Melo foi, igualmente, questionado pelos jornalistas sobre o debate televisivo em que participou com Luís Marques Mendes, outro dos candidatos presidenciais, na segunda-feira à noite, e considerou que o seu opositor “acabou por não responder a perguntas incómodas”.
O almirante insistiu hoje que Marques Mendes “é um facilitador de negócios entre o estado e as empresas” e voltou a questionar “quais os interesses que representa”.
Já em relação ao tema das sondagens referiu que “a verdadeira só vai acontecer no dia 18 de janeiro de 2026”, data em que se realiza as eleições presidenciais.
Aludindo aos debates televisivos, Gouveia e Melo afirmou que quatro deles foram “importantes” e acompanhados de sondagens que, alegadamente, o prejudicaram “na véspera ou no dia do debate”, rematando: “A mim parece-me que há uma estratégia para me desanimar no momento em que vou a debate”.
Relativamente à reunião com o executivo bejense, o almirante apontou como temas estruturantes os acessos, as infraestruturas, a autoestrada e a ferrovia, afirmando ser necessário “melhorar o território” para que este ganhe “atratividade económica” e não haja um país com “três velocidades diferentes”.
“[Temos] o inteiro mais abandonado, os nossos idosos mais abandonados, os jovens que acabam por ser sugados para o litoral [ou] para as grandes metrópoles e, muitas vezes, até para fora do país [e] isto está a contribuir para a aclaração da desertificação”, disse.
ASYS/RRL // JPS
Lusa/Fim
