
Um mês após ter expirado a patente do Viagra em Portugal, um estudo do IPAM – The Marketing School prevê que as marcas de medicamentos que venham a enfrentar a concorrência do genérico – como é o caso do “comprimido azul”, produzido até aqui em exclusivo pela Pfizer – sofram uma perda média de 65 por cento de quota de mercado em unidades, nos primeiros 12 meses de comercialização do seu genérico, ou seja, os medicamentos de marca resistiram aos genéricos até 2007. Em 2012, estes superaram barreira das 50 milhões de embalagens vendidas/ano.
O estudo “Medicamentos de Marca vs Medicamentos Genéricos (MG)” levado a cabo por Alberto Castro, mediu o impacto da entrada dos medicamentos Genéricos e estabeleceu um modelo preditivo de comportamento para outras marcas que venham a enfrentar o mesmo tipo de concorrência nos próximos três anos.
Na globalidade das marcas, o estudo refere que, no período temporal em análise, existiu uma afetação média de 40,6 por cento na quota de mercado em unidades das marcas de medicamentos que viram entrar o genérico nos últimos dois anos. Quanto ao volume de unidades vendidas, os medicamentos de marca resistiram à entrada dos genéricos até 2007. Em 2011, baixaram a barreira dos 200 milhões de embalagens vendidas/ano. Já em 2012, os genéricos superaram a barreira das 50 milhões de embalagens vendidas/ano em Portugal.
Cinco anos após a entrada dos genéricos respetivos, as cinco marcas de medicamentos de maior volume de negócios na passagem do século registaram perdas nas vendas que oscilam entre os 28,1% (Nimed) e os 77,7% (Losec). O comportamento é distinto no caso das cinco marcas com maior volume de unidades vendidas, na medida em que, cinco anos após a comercialização dos genéricos, três delas registaram um aumento das vendas: Ben-u-ron (31,6%), Lorenin (15%) e Aspirina (2,1%). Quanto às companhias farmacêuticas portuguesas, a Bial assume-se como líder de mercado, passando de uma faturação de 60 milhões de euros em 2000 para perto de 90 milhões de euros em 2012. A Genéris, farmacêutica especializada na comercialização de genéricos lançada em 2001, tornou-se na segunda maior empresa nacional do setor, com mais de 44 milhões de euros de volume de negócios em 2012.
