França vai investir 30 mil milhões de euros na reindustrialização até 2030

Paris, 12 out 2021 (Lusa) – O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje um investimento público de 30 mil milhões de euros na próxima década para se reindustrializar, especialmente para ter mais controlo sobre as suas fontes de energia.

“Quero que voltemos a encontrar um ciclo virtuoso que inove, produza e exporte, financiando assim o nosso modelo social. Penso que esse modelo virtuoso deve basear-se num investimento massivo numa estratégia de inovação e industrialização”, disse hoje o Presidente da República francês num discurso a partir do Palácio do Eliseu.

Numa longa comunicação transmitida em direto não só pelas televisões, mas também por todas as redes sociais do Presidente, Emmanuel Macron desvendou o seu plano para a França em 2030.

Os anúncios dos objetivos para a próxima década vieram acompanhados de um financiamento extraordinário de 30 mil milhões de euros de investimento público para construir a independência da França face ao estrangeiro, mas também face a modelos sociais “muito diferentes” como o da China ou dos Estados Unidos.

Para isso, o Presidente disse que a grande prioridade é a independência energética, anunciando que até 2030, a França quer criar novos reatores nucleares, mais pequenos e menos poluentes, assim como uma grande aposta na energia à base do hidrogénio, sem esquecer as energias não-renováveis, onde Macron quer investir 600 milhões de euros para torná-las mais verdes.

Segundo este plano, a França deve produzir nos próximos 10 anos pelo menos dois milhões de veículos elétricos ou híbridos e construir o primeiro avião a hidrogénio.

Com a sustentabilidade como mote dos objetivos para 2030, o líder francês colocou também como outras metas uma alimentação “mais saudável”, uma saúde mais inovadora e com produção francesa, a aposta no potencial da cultura e a conquista do espaço.

Este plano surge seis meses antes da eleição presidencial que se vai realizar em abril de 2022, estando a ser encarado pela imprensa francesa como um programa eleitoral para o Presidente que ainda não declarou formalmente a sua candidatura, mas deve fazê-lo até ao final do ano.

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