(IAN LANGSDON/EPA)
Numa tentativa de acalmar a polémica em torno da expulsão da adolescente de etnia cigana Leonarda Dibrani, o presidente francês, François Hollande, afirmou ontem que poderá aceitar o regresso da jovem mas não da sua família . Os Dibrani acusam Hollande de “insensibilidade” e ameaçam voltar a França ilegalmente.
“Se ela fizer um pedido e se quiser continuar os estudos em França, será bem-vinda”, afirmou o presidente francês.
“Não esperava isso de Hollande. Não sou um animal e jamais irei para França sem a minha família”, respondeu Leonarda, que vive agora em Pristina, no Kosovo, de onde é natural o pai, Resat. Este pediu mais compreensão ao presidente francês e deixou um aviso: “Podem ter a certeza de que voltaremos, seja de forma legal ou ilegal.”
Resat admitiu ter mentido ao pedir asilo, pois só ele é kosovar. A mulher e os seis filhos nasceram em Itália, país onde a família viveu durante seis anos. Na cidade italiana de Fano, o presidente da câmara diz que Resat não trabalhava e punha os filhos a pedir nas ruas, comportamento que terá repetido em França, onde “nunca mostrou vontade de encontrar emprego”.
Esta afirmação surge num relatório sobre a deportação, divulgado ontem em França após dias de protestos de estudantes contra a atuação das autoridades. A investigação concluiu que a deportação “foi legal”, embora tenha havido “falta de discernimento”. A crítica visa a polícia, que prendeu Leonarda durante uma visita de estudo com os colegas a Sochaux, no dia 9.