FITCH DIZ QUE IMPACTO DO COVID-19 NOS HOTÉIS SERÁ “LIMITADO”

LusaRedação, 18 fev 2020 (Lusa) — A Fitch Ratings acredita que o impacto do coronavírus na hotelaria será “limitado” na maioria dos casos, tendo em contas que os hotéis a quem atribui notação têm “exposição limitada” ao mercado chinês.

Num comunicado, a agência defendeu que “a pouca exposição da maioria dos operadores hoteleiros com ‘rating’ da Fitch ao turismo com origem na China, bem como a sua diversificação geopolítica, limita o impacto de crédito do coronavírus”, segundo a entidade.

A Fitch Ratings disse ainda que, caso a infeção se mantenha limitada em duração e nos territórios afetados, a maioria dos grupos hoteleiros irá absorver as perdas e destacou o JinJiang International Holding, um dos maiores na China, que admitiu a possibilidade de registar perdas no primeiro trimestre deste ano.

“A sua diversificação geográfica e grande escala providenciam flexibilidade operacional para aguentar desafios temporários. Além disso, a JinJiang está ligada ao Governo e poderá contar com medidas de apoio”, referiu a agência.

No que diz respeito à Europa, a Fitch acredita que não está “muito dependente” dos viajantes da China e que com a interrupção de voos para a China os europeus e americanos podem optar por ficar no continente, compensando o impacto da queda dos turistas chineses.

Ainda assim, hotéis mais no segmento médio poderão ser afetados, tendo em conta que são os preferidos dos chineses.

A Fitch salienta o caso da Accor, que tem já uma posição considerável na China, e que enfrenta, ao mesmo tempo os incêndios na Austrália, onde também fez uma forte aposta, e que podem ter um impacto menos positivo, mas sem grandes alarmes, segundo a agência.

Por outro lado, efeitos colaterais como o cancelamento do Mobile World Congress, em Barcelona, poderão afetar alguns operadores espanhóis, como a NH ou o Meliá.

O coronavírus Covid-19 provocou 1.873 mortos e infetou cerca de 73.400 pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.

Além de 1.868 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

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