Festival de Cinema Olhares do Mediterrâneo começa hoje no Museu do Aljube

Lisboa, 28 out 2025 (Lusa) — O festival Olhares do Mediterrâneo, dedicado ao cinema feito por mulheres, começa hoje em Lisboa com a estreia do documentário “Mulheres, Terra, Revolução”, de Rita Calvário e Cecília Honório, no Museu do Aljube.

O filme foi feito no contexto de um projeto de investigação sobre mulheres de meios rurais e desigualdade de género e “dá voz às mulheres rurais que foram protagonistas silenciosas da mudança”, entre o fim do Estado Novo e a revolução de Abril de 1974.

“Mulheres, Terra, Revolução” é exibido hoje no primeiro dia do Olhares do Mediterrâneo, mas, na verdade, a abertura desta 12.ª edição é feita em dois tempos, porque o filme oficial de abertura, “Where the wind comes from”, da tunisina Amel Guellaty, passa apenas na quinta-feira, no cinema São Jorge.

“Com uma programação que dá muito espaço à denúncia, à militância e à revolta contra a injustiça social, mas também à vida privada, às emoções e aos afetos”, o festival apresenta 63 filmes produzidos por 29 países, lê-se na nota de apresentação.

Do cinema português selecionado fazem parte, entre outros, “Isto não é um jardim”, de Marta Pessoa, “Guardadoras de Histórias, Guardiãs da Palavra”, de Raquel Freire, com a participação de escritoras do universo afro-luso-brasileiro, como Gisela Casimiro e Ana Paula Tavares (Prémio Camões 2025), a animação “Amanhã não dão chuva”, de Maria Trigo Teixeira, e “As Minhas Sensações São Tudo o Que Tenho Para Oferecer”, de Isadora Neves Marques.

Questões ambientais, assédio sexual e violência de género, a ocupação israelita da Palestina, a luta pela independência das mulheres saharauis, histórias de mulheres curdas e yazidis, refugiados e migrações forçadas, racismo e colonialismo são temas que atravessam o festival, a decorrer até 06 de novembro.

Na Cinemateca Portuguesa, de 03 a 06 de novembro, serão exibidos quatro filmes de duas cineastas – a bósnia Jasmila Zbanic e a sérvia Mirjana Karanovic -, centrados na violência, nos genocídios da Guerra Civil Jugoslava (1991-2001), e nos rastos que deixou na vida das pessoas.

Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Museu do Aljube, Casa do Comum, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Goethe-Institut são os locais desta edição.

O festival é uma iniciativa da Olhares do Mediterrâneo – Associação Cultural com o CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia.

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