Fecho do oleoduto Enbridge Line 5 prejudica economia canadiana

Foto: Justin Trudeau/Facebook
Foto: Justin Trudeau/Facebook

A economia canadiana pode vir a sofrer consequências devastadoras, e a longo prazo, se o fecho do oleoduto Enbridge Line 5 no Michigan, nos Estados Unidos, for mesmo para a frente. É a conclusão de documentos judiciais do Governo canadiano divulgados recentemente no processo que questiona a decisão dos Estados Unidos.

Mais uma polémica a envolver oleodutos entre o Canadá e os Estados Unidos, depois da suspensão da ampliação do Keystone XL entre Alberta e Nebraska, o Governo canadiano questiona agora, na justiça, o fecho do oleoduto do Line 5, determinado pela governadora Gretchen Whitmer, do estado do Michigan. O Canadá garante que esse é um “golpe maciço e potencialmente permanente” para a economia e para a segurança energética do país. E, compromete inclusive a relação entre os dois países da América do Norte.

A decisão da governadora decorreu em novembro do ano passado, e alega riscos ambientais no Estreito de Mackinac, a hidrovia onde o oleoduto atravessa entre os EUA e o Canadá.

Os recentes documentos judiciais dos federais canadianos marcam o primeiro passo da disputa legal entre as autoridades estatais do Michigan e a proprietária e operadora do oleoduto, Enbridge, sediada em Calgary.

Nas declarações, os oficiais canadianos avançam que o Line 5 é um projeto vital para a infraestrutura de energia da América do Norte.

A governadora do estado do Michigan deu até dia 12 de maio para o encerramento do oleoduto. Uma ordem que a Enbridge disse não pretender obedecer. De acordo com alguns funcionários da empresa de transporte de energia com sede em Calgary, o trabalho não vai parar sem que haja uma ordem do tribunal ou do próprio regulador da empresa.

No entanto, a governadora do Michigan e a Enbridge vão reunir-se com um mediador nomeado pelo tribunal no próximo dia 18 e ainda não há certezas do que poderá acontecer até lá.

A Enbridge insiste que o oleoduto é seguro e já recebeu aprovação estatal para um gasto de 500 milhões de dólares para cavar um túnel sob o estreito, e que abrigaria a tubulação do oleoduto.

Segundo o ministro dos Recursos Naturais do Canadá, Seamus O’Regan, o Line 5 fornece mais de metade do propano e do óleo para aquecimento doméstico consumido no Michigan. Além disso, é também uma fonte vital de energia para os estados americanos de Ohio e Pensilvânia, e para as províncias canadianas de Ontário e do Quebec.

O encerramento do oleoduto obriga a conversas sobre o aumento dos preços da gasolina, o acúmulo de combustível e o impacto ambiental no uso de camiões e comboios para o transporte.

De lembrar que o Enbridge Line 5 opera desde 1953.

É um oleoduto de larga extensão que transporta 22 milhões de galões de petróleo de gás natural por dia, desde Wisconsin, passando pelo Michigan e, por fim, pelas refinarias da província de Ontário, no Canadá.