FALSA MORALIDADE AMERICANA

Quando o País mais influente do mundo apresenta um nível tão baixo para escolher o seu próximo Presidente, que expetativas restam ao resto da população mundial para aspirar a um futuro melhor? Os norte-americanos escolheram Hillary Clinton e Donald Trump para discutirem argumentos entre si e um deles será o próximo Presidente. Mas pelo que se tem assistido, a América perdeu o norte e entrou na fase do vale tudo para se alcançarem objetivos.

Com estes candidatos, todos os problemas do povo americano e o que se passa no resto do mundo perdeu interesse. Toda a importância está centrada na conduta sexual de um e da família do outro. Não há um verdadeiro e sério debate de ideias. Os Estados Unidos estão cheios de falsos moralistas e quando os candidatos escolhem temas tão baixos para medirem forças e capacidades, está visto que o mundo vai de mal a pior e que esta ordem mundial não poderá prevalecer por muitos mais anos.

Quando John Kennedy foi eleito em detrimento de Richard Nixon, há mais de meio século, a América tinha descoberto a força da televisão para a eleição de um Presidente. Até então cada qual valia por si e tinha que mostrar competência, seriedade e sentido de Estado. A televisão foi encarada como o fenómeno da era moderna e as eleições passaram a ser ganhas não pelo que se valia, mas pelo que se via.

Hoje, no entanto, a própria televisão já foi engolida pelo disparate e descaramento na tentativa de se alcançarem metas a qualquer preço. A eleição do Presidente norte-americano deixou de ser um assunto sério de televisão para passar a ser um reality show, em que num lado mostram-se vídeos sexistas do adversário e do outro exibem-se vítimas sexuais da família do lado contrário. Nunca o nível foi tão baixo, ao ponto de um candidato (Trump) anunciar que se for eleito Presidente poderá mandar prender a sua adversária nesta e ela (Hillary) acusar o seu opositor de não pagar impostos e classificar de deploráveis os seus apoiantes.

Tudo isto foi longe de mais e faz-nos pensar como será o mundo da próxima geração. Os Estados Unidos assumiram o papel de polícias do mundo, em resultado da última Grande Guerra. Perante este cenário, como vai reagir o resto do mundo? Seguir alinhado no cumprimento e respeito ao chefe? Até aqui, a América fazia prevalecer o respeito e a ordem para impor regras aos outros. Mas agora no País do vale tudo como será possível ditar o que quer que seja para ser cumprido?

Nunca uma campanha eleitoral foi classificada como de tão baixo nível. As sondagens continuam a dar vantagem à candidata democrata Hillary, mas nunca se sabe até quando, uma vez que a qualquer momento, Donald Trump pode reaparecer com mais argumentos, conforme já prometeu, como por exemplo outro grupo de mulheres a dizerem que foram forçadas a sexo pelos Clinton ou que simplesmente foram violadas por outros e que os Clinton defenderam os violadores em Tribunal. O curioso é que o povo parece não se importar e alimenta esta chama de falsa moralidade.

A Direção