Um novo estudo canadiano descobriu que atrasar a segunda dose de uma vacina de mRNA para a Covid-19 cria uma resposta imune mais forte do que duas doses administradas mais proximamente. O mesmo estudo comparou os resultados dos exames de sangue de 186 paramédicos de todo o país.
Um recente estudo feito na Universidade de British Columbia (B.C.) concluiu que ao adiar a toma da segunda dose de uma vacina de mRNA, como a da Pfizer-BioNTech ou da Moderna, cria uma resposta imune mais forte do que duas doses administradas mais proximamente.
O estudo comparou os resultados dos exames de sangue de 186 paramédicos de todo o país, 118 dos quais foram vacinados duas vezes com menos de quatro semanas entre as doses, e 68 do número total esperaram entre seis e sete semanas para uma segunda injeção.
Independentemente de qual vacina de mRNA foi usada, os que esperaram mais tempo tiveram concentrações de anticorpos mais altas.
Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico que fluem através do sangue, reconhecem substâncias estranhas como bactérias e vírus e neutralizam-nas.
O estudo, financiado pela Immunity Task Force do Governo federal, foi publicado na última terça-feira na revista Clinical Infectious Diseases. As descobertas, no entanto, foram analisadas em julho e partilhadas com a task-force e outras autoridades de saúde pública.
É o primeiro estudo que avalia o tempo entre a primeira e a segunda dose de vacinas de mRNA, de acordo com um comunicado à imprensa da Universidade de British Columbia.
Contudo, o estudo não avaliou infeções que surgem depois da imunização completa.
Os intervalos de vacinação têm variado nos programas de imunização em todo o Canadá à medida que novos dados surgem.
O Comité Consultivo Nacional de Vacinação (NACI) recomenda esperar oito semanas entre as doses, mas garante que quatro semanas é o mínimo aceitável.
Desde o início da pandemia, a Immunity Task Force apoiou mais de 100 estudos em todo o Canadá.