Especialistas Alertam para Riscos do “Pague Depois” no País

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A subida do custo de vida leva muitos canadianos a recorrer a soluções que aliviam a pressão imediata das despesas. O modelo ‘buy now, pay later’ permite dividir pagamentos em prestações reduzidas, mas pode facilmente originar um endividamento acumulado.

De acordo com estudos recentes, o mercado canadiano deste tipo de crédito está avaliado em mais de sete mil milhões de dólares e continua a crescer a dois dígitos por ano. O fenómeno deixou de se restringir a grandes compras: hoje é frequente ver este método aplicado a despesas como alimentação, telecomunicações ou restaurantes.

Dados da fintech Koho mostram que quase metade dos seus utilizadores já recorreu à divisão de pagamentos. A transação média ronda os 187 dólares e o valor médio do empréstimo é de 345.

Para a consultoria financeira, este recurso pode ser útil se aplicado a compras pontuais e de maior valor, como um computador ou equipamento essencial. Mas alerta: multiplicar pequenas prestações por vários artigos diferentes pode criar uma armadilha difícil de controlar.

A agência de aconselhamento financeiro Money Matters, reforça a mensagem: a ferramenta não é boa nem má por si só, depende da disciplina de quem a utiliza. O problema surge quando os pagamentos são esquecidos — aí os juros disparam e a dívida cresce rapidamente.

Relatórios de crédito recentes mostram que mais de um milhão de canadianos falharam pagamentos de cartões de crédito, sinal de fragilidade financeira generalizada. Neste cenário, os especialistas recomendam planear despesas fixas, como material escolar, e reservar antecipadamente algum dinheiro, em vez de depender destes mecanismos.

O conselho é claro: usar o compre agora, pague depois apenas de forma pontual e responsável, evitando transformar o hábito em fonte de dificuldades futuras.