Entradas e saídas: o que interessa é o resultado

Correio da Manhã Canadá

Com o fim das eleições federais com a vitória de Justin Trudeau e do Partido Liberal, agora está na hora de pôr mãos à obra e pegar nos projetos do partido para o Canadá. As eleições, entretanto, não foram só ‘taco a taco’ com o primeiro-ministro canadiano.

Julie Dzerowicz quase viu o distrito de Davenport cair das suas mãos para as mãos de Alejandra Bravo, pertencente ao partido do NDP. Foi mesmo por pouco – aliás, 165 votos! – mas a deputada federal liberal, que está no cargo em Davenport desde 2015, triunfou e suspirou de alívio. Assim que os resultados foram confirmados, Julie conversou com a equipa do CMC, como pode conferir nesta edição, e falou sobre as suas prioridades para mais este mandato.

Ainda no assunto partidário, Annamie Paul, do Green Party, anunciou ontem a renúncia ao cargo de líder dos verdes – um que desempenhava há menos de um ano. A renúncia veio na esteira do partido ter iniciado uma revisão da sua liderança, tendo em conta os resultados da eleição federal deste ano. A agora ex-líder dos verdes disse que quando a revisão foi lançada, no fim de semana passado, questionou se teria condições de continuar no cargo, sabendo que enfrentaria uma difícil batalha. E aparentemente não teve.

Já em Portugal, os resultados das eleições autárquicas foram surpreendentes, a começar pela capital. Ao contrário do que indicavam as sondagens, Carlos Moedas venceu e é o novo presidente da Câmara de Lisboa. No geral, o PS encolheu e a direita comemora avanços.

Noutra batalha, política, mas não eleitoral, duas vitórias foram as de Meng Wanzhou e dos dois Michaels, Michael Kovrig e Michael Spavor. E uma não vinha sem a outra – alegadamente. Meng conseguiu o que queria e a China ficou contente. A diretora financeira da Huawei conseguiu liberdade da prisão domiciliária no Canadá, a que estava obrigada desde 2018, regressando ao país de residência. Meng chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a decisão aliviou as tensões entre a China, os Estados Unidos e o Canadá. Na sequência do acordo, os ‘Two Michaels’ regressaram a casa depois de quase três anos do que foi considerada pelo Governo canadiano uma detenção arbitrária na China. Os chineses recusam admitir que a prisão de Kovrig e Spavor alguma relação teve com a da diretora financeira da Huawei, e, muito menos, com a sua liberdade. Coincidência?