

(The Canadian Press / Ryan Remiorz)
O futuro da única encomenda CSeries da Bombardier do Canadá está em sérias dúvidas após Otava ter confirmdo que não iria permitir que aviões de passageiros voassem do Billy Bishop Toronto City Airport.
O ministro dos Transportes Marc Garneau twitou na quinta-feira que o governo não irá reabrir um acordo com a cidade de Toronto e a Ports Toronto que teria de ser renegociado para prolongar a pista do aeroporto da ilha e permitir jatos.
A Bombardier, que não respondeu imediatamente aos pedidos para comentar na sexta-feira, tinha um contrato com a Porter Airlines para o CSeries.
Em 2013, a Porter fez um pedido no valor de $870 milhões para uma dúzia de aeronaves CSeries (110- 125 assentos) com a condição de que estes seriam autorizados a voar no aeroporto. Este também tem opções para mais 18 aeronaves, que elevaria o preço de lista para $2.15 mil milhões se todas as opções forem exercidas.
A Porter Airlines não quis comentar. Esta tinha a esperança de usar o avião CSeries para voar para destinos na América do Norte que estavam além do alcance da sua frota de Q400.
Se a Porter desistir da encomenda, isso significará um duro golpe para a Bombardier, sediada em Montreal, que tem lutado para vender os seus jatos CSeries, mas não conseguiu assegurar uma encomenda em mais de um ano.
O analista Chris Murray da AltaCorp Capital disse que há uma pequena chance da Porter vir a usar os jatos CSeries para voar a partir do Aeroporto Internacional Pearson de Toronto ou outros aeroportos dentro da sua rede. Mas o aeroporto da ilha de Toronto era um componente crítico da encomenda do CSeries para a Porter, disse Murray.
O líder de um grupo da comunidade de Toronto que se opunha à expansão do aeroporto da ilha afirmou que a decisão do governo federal é o culminar de dois anos e meio de ação por parte de cidadãos.
“Os comentários do ministro Garneau, a reafirmar a posição Liberal, eliminam qualquer dúvida – o esquema de expansão do aeroporto da ilha está morto”, disse o presidente do NoJetsTO Norman Di Pasquale.
A Bombardier tem compromissos para 603 CSeries, incluindo 243 pedidos firmes. O avião, que tem mais de dois anos de atraso e $2 mil milhões acima do orçamento, aguarda certificação da Transport Canada, antes de entrar em serviço em meados de 2016.
O governo do Quebec concordou em dar à Bombardier mil milhões de dólares para ajudar a completar o desenvolvimento do CSeries em troca de uma participação de 49.5 por cento no projeto.
O governo provincial também deixou claro que gostaria de ver Otava reforçar o financiamento, embora o primeiro-ministro Justin Trudeau tenha dito nesta semana que a Bombardier precisaria fazer um “strong business case” para tal pedido.
Fonte: Canadian Press