

No final da visita a Dili, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, não quis comentar a detenção para interrogatório do ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, que ficou em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 3 milhões de euros.
Ainda em território timorense, após a visita oficial de 2 dias, Passos Coelho foi questionado se aceitava comentar a detenção de Ricardo Salgado ocorrida na quarta-feira, o primeiro-ministro respondeu: “Não”.
Ricardo Salgado foi detido para interrogatório na quarta-feira, no âmbito da “Operação Monte Branco” e interrogado ao longo do dia na qualidade de arguido, pela Procuradoria-Geral da República ter considerado estar em causa a eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
No final do interrogatório, realizado no Tribunal Central de Instrução Criminal, Francisco Proença de Carvalho, advogado do ex-presidente executivo do BES, declarou que o seu constituinte “colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará, pelo que seguiu para casa normalmente”.
De acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coação de sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas.
Incapaz de pagar as suas dívidas, o Espírito Santo Internacional pediu nesta sexta-feira a sua reorganização ao Tribunal Comercial do Luxemburgo, depois de terem feito o mesmo, outros acionistas como a Rioforte na terça-feira e a ESFG na quinta-feira.
O grupo Espírito Santo, cuja dívida é estimada em mais de 7 mil milhões de euros tem estado a ser alvo de várias investigações por parte da justiça portuguesa.
Carlos Tavares, presidente da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), que regula os mercados financeiros, não escondeu sua preocupação com o destino do Banco numa ida ao parlamento, indicando que os ativos do banco pesam mais do que metade do produto interno bruto de Portugal, acrescentando que numa instituição financeira, os líderes devem estar acima de qualquer suspeita.