ELEIÇÕES NA EUROPA

Este ano de 2017 vai ser decisivo na marcação do andamento político da Europa e as influências que isso pode despertar no resto do mundo. 2017 começou com a tomada de posse de Donald Trump e uma mão cheia de incertezas sobre as políticas que definirão o futuro da América. Seguiram-se os debates no Reino Unido com vista à concretização do Brexit, afinal, o primeiro passo para a desintegração da União Europeia. Agora seguem-se as eleições em vários países e que vão determinar o equilíbrio das forças e como será o futuro próximo.

Já amanhã, realizam-se as eleições legislativas na Holanda, onde se prevê uma vitória da extrema direita e com consequências imprevisíveis num País considerado tolerante. Depois vêm as eleições Presidenciais em França, no dia 23 de abril (primeira volta) e 7 de maio (segunda volta). Logo a seguir, em junho são as eleições legislativas também em França. Mais tarde, em 24 de setembro é a vez das eleições legislativas na Alemanha. Todos estes atos eleitorais estão a ser acompanhados com expetativa e precaução face às múltiplas probabilidades. Depois do anúncio do Reino Unido em abandonar a Europa, chegou a hora dos receios face às propostas dos partidos de extrema direita que estão a ganhar entusiasmo, tendo em conta os mais recentes estudos e sondagens.

A extrema direita europeia está representada no Parlamento Europeu sob a sigla ENF e que pretende identificar-se como a Europa das Nações e da Liberdade. Não a liberdade dos cidadãos, como estamos habituados, mas antes a liberdade de cada País de poder ser livre dos outros e cada qual seguir o seu caminho, preconizando, assim, o fim da União Europeia. Com um discurso afinado anti islão e contrário às políticas da solidariedade, mais não pretende do que voltar à Europa das fronteiras cerradas e do controlo individual.

Embora a Holanda seja o primeiro teste, todas as atenções estão já apontadas para as eleições presidenciais francesas. Dos 9 candidatos que se apresentam, sabe-se que a decisão irá recair em quatro deles. Dois do centro esquerda, Benoît Hamon, socialista, e Emmanuel Macron, candidato independente do Movimento Em Marcha. Os outros dois são François Fillon, Republicano, do centro direita, e Marine Le Pen da Frente Nacional, o movimento de extrema direita.

À partida, sabe-se que haverá sempre uma segunda volta entre a candidata da extrema direita e um dos outros. Depois cedem-se posições e unem-se os esforços. A certeza é o avanço dos extremos, embora não se saiba se conseguirão os votos suficientes para ocupar o poder. Marine Le Pen cresce cada ano que passa, o que não deixa de preocupar as instâncias europeias, pois uma vitória da extrema direita em França seria o prenúncio do fim da Europa tal como está.

Mas depois vêm as eleições na Alemanha e essas vão assumir importância acrescida, porque é a maior economia europeia que está em jogo e, geralmente, dita as regras. Apesar da aparente acalmia tudo parece colocado em cima de um vulcão adormecido e que pode ficar ativo em qualquer momento. O efeito Trump, tão criticado por todo o lado, também tem os seus admiradores. E esta ideia de os países tenderem a fechar-se nas suas fronteiras faz pensar como será o mundo na próxima década e que tipo de fricção proporcionarão essas fronteiras. Até agora temos vivido com alguma liberdade de movimentos, mas parece que há quem não goste.

A Direção