
Riad, 05 dez 2025 (Lusa) — O Egito e o Qatar, mediadores do conflito em Gaza, e outros seis países de maioria muçulmana expressaram hoje “profunda preocupação” com o anúncio israelita de abertura da passagem de Rafah apenas para saída do território palestiniano.
Num comunicado conjunto, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Egito, Turquia, Qatar, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Paquistão mostraram-se alarmados “com as declarações feitas pela parte israelita sobre a abertura da passagem de Rafah num só sentido, com o objetivo de transferir os habitantes da Faixa de Gaza para o Egito”.
Israel anunciou na quarta-feira a reabertura “nos próximos dias” do posto fronteiriço de Rafah, no extremo sul do território palestiniano.
A medida destinar-se-á “exclusivamente à saída” de habitantes de Gaza para o Egito, informou o COGAT, o organismo do Ministério da Defesa israelita que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinianos.
O Egito rapidamente negou ter aceitado tal medida, insistindo que aquela passagem estratégica seja aberta nos dois sentidos.
Os oito MNE muçulmanos sublinharam “rejeitar categoricamente qualquer tentativa que vise deslocar o povo palestiniano da sua terra” e opor-se a toda a partida forçada de habitantes de Gaza do seu território.
Insistiram para que a passagem de Rafah seja aberta em ambas as direções, em conformidade com o plano de paz do Presidente norte-americano, Donald Trump.
A reabertura da passagem fronteiriça de Rafah está prevista no plano de paz para a Faixa de Gaza e é há muito reivindicada pelas agências especializadas da ONU e pela comunidade humanitária.
Mas desde a entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza, a 10 de outubro, as autoridades israelitas não a autorizaram, argumentando que o movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder naquele território, ainda não tinha restituído os restos mortais de todos os reféns que se tinha comprometido a entregar, e invocando a necessidade de coordenação com o Egito.
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