

O governo interino do Egito rejeitou ontem as críticas da comunidade internacional sobre a Sangrenta repressão dos apoiantes da Irmandade Muçulmana, garantindo que “continuará a tomar as suas decisões ”mesmo sob pena de perder a ajuda internacional.
A garantia foi dada horas depois de a União Europeia, através de um comunicado conjunto do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do presidente do Conselho Europeu, Hermanvon Rompuy, ter anunciado que vai rever as relações com o Egito na sequência dos acontecimentos das últimas semanas. “A violência e os assassinatos dos últimos dias não podem justificar-se nem tolerar–se. Os direitos humanos devem ser respeitados e os presos políticos libertados”, afirma o comunicado da União Europeia.
As autoridades egípcias não perderam tempo a reagir, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Nabil Fahmi, a denunciar as “contradições” da comunidade internacional, que, “por um lado, apela à contenção do governo e das forças de segurança e, por outro, mantém o silêncio sobre a violência antigovernamental”.
“Vamos fazer uma avaliação racional e objetiva da ajuda que recebemos, principalmente a que provém daqueles que ameaçam retirá-la se não fizermos isto ou aquilo”, adiantou ainda Nabil Fahmi, numa clara rejeição da pressão internacional.
O governo interino egípcio esteve ontem reunido para discutir a possível dissolução da Irmandade Muçulmana, enquanto nas ruas a situação se manteve calma após vários dias de violência, que fez perto de um milhar de mortos.