E mais uma voltinha…

Correio da Manhã Canadá

E voltámos novamente aos bloqueios que desdenhamos desde o seu início, com a chegada da pandemia. Conhecemos nós outra realidade, nesta altura? O premier de Ontário, Doug Ford, teve a dura tarefa terminar a pouca liberdade que tínhamos conquistado até então. Os almoços nos pátios dos restaurantes pareceram um sonho acordado, daqueles que nos chamam ao longe e, de repente, estamos de volta à realidade. Mas já repararam que utilizamos a palavra realidade para uma situação que parece quase irreal, ou, pelo menos, parecia um devaneio há pouco mais de um ano? A nossa perspetiva mudou, e a mudança de lá para cá e de cá para lá com os bloqueios e a paralisação já nos desanimam quanto ao futuro.

Foi justamente um a seguir ao outro. Ford ‘meteu uma abaixo’ e travou a fundo. O ‘emergency brake’ foi acionado na província de Ontário e em todas as 34 unidades de saúde pública da região, durante, pelo menos, quatro semanas. E, claro, como a realidade já não é nada do que podemos esperar, pouco depois veio o ‘stay-at-home order’, porque parar a província não é suficiente. Mas pensemos um pouco, o que é que é suficiente para terminar com isto, de uma vez por todas? A nossa luz ao fundo do túnel – a vacina – mantém-se à mesma distância – e lá de vez em quando apaga-se. Ora, ‘a cura’ está na imunização e, de acordo com a Health Canada, quase 8 milhões de canadianos já foram vacinados.

Mas agora o problema maior são as variantes, mais infeciosas e mortais. Sabem aqueles filmes cómicos onde as personagens que cometem uma asneira acabam por fazer pior cada vez que tentam remediar a situação? A pandemia parece exatamente essa personagem, mas com um ‘twist’ malévolo.

E não vamos agoirar mais. A verdade é que é um cenário desanimador. Ficar em casa mais uns dias ou até frequentar o ensino online mais umas semanas são atividades às quais, infelizmente, já estamos (mal) habituados. O pior é a nossa economia que enfraquece cada vez mais a cada dia que passa, assim como a nossa saúde mental, que pode demorar ainda mais a recuperar. Mas o importante é mantermo-nos focados e, acima de tudo, em segurança.