DOIS FERIDOS EM NOVO ATAQUE CONTRA TRANSPORTE COLETIVO NO CENTRO DE MOÇAMBIQUE

Chimoio, Moçambique, 26 nov 2020 (Lusa) – Duas pessoas ficaram feridas, uma dos quais em estado grave, num novo ataque de um grupo armado contra um veículo ligeiro na quarta-feira, numa zona rural de Dombe, centro de Moçambique, disseram hoje à Lusa moradores e autoridades. 

A carrinha foi alvejada pelas 14:00 (12:00 horas em Lisboa) em Seventine, uma aldeia a poucos quilómetros da sede do posto administrativo de Dombe (Sussundenga), junto à N260, a única estrada asfaltada de ligação interdistrital em Manica, contaram à Lusa moradores locais. 

“Foram disparados muitos tiros, muitos tiros”, enfatizou Sebastião Maguze para descrever a quantidade de disparos que inicialmente pensou visarem a aldeia.

“Depois soubemos que eram contra um ‘machimbombo'”, nome dado a viaturas de transporte coletivo. 

“Estávamos na machamba (horta) quando houve os disparos, saímos de imediato em direção à aldeia e na estrada encontrámos as pessoas a serem tiradas para outro carro e levadas para o hospital”, contou à Lusa outro morador. 

As vítimas foram inicialmente socorridas no posto de saúde de Dombe, mas o motorista da viatura atingida foi transferido para o Hospital Provincial de Chimoio (HPC), devido à gravidade dos ferimentos. 

Em declarações à Lusa, Rachid Engenheiro, diretor do banco de socorro do HPC, confirmou a entrada do paciente que depois foi sujeito a uma cirurgia. 

“O paciente continua na sala de reanimação em estado de saúde moderado e aguarda decisão médica para transferência para o Hospital Central de Maputo”, disse. 

Contactada pela Lusa, a Polícia de Manica remeteu detalhes para mais tarde. 

O veículo ligeiro transportava funcionários, agentes comunitários e voluntários, que trabalham na área de saúde nas zonas rurais no âmbito do PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio do Sida) e da organização internacional de saúde Jhpiego. 

Este é o segundo ataque em menos de uma semana na mesma zona e que as autoridades atribuem à autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), dirigida por Mariano Nhongo.

AYAC // JH 

Lusa/Fim