DISPARAM CASOS DE CRIANÇAS MALTRATADAS

A negligência grave, que provoca danos intencionais e irreversíveis na criança, é a situação mais frequente de abusos
A negligência grave, que provoca danos intencionais e irreversíveis na criança, é a situação mais frequente de abusos
A negligência grave, que provoca danos intencionais e irreversíveis na criança, é a situação mais frequente de abusos
A negligência grave, que provoca danos intencionais e irreversíveis na criança, é a situação mais frequente de abusos

Os casos de maus tratos a crianças sinalizados pelos hospitais portugueses aumentaram.Em várias unidades de saúde do País, as situações detetadas chegam mesmo a ultrapassar o total de casos em todo o ano passado.
É no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em Aveiro, que esta realidade é mais evidente, já que “em 2012 foram sinalizados, pelo serviço de Pediatria, 57 casos de maus tratos (negligência, desnutrição, abusos, etc.). Até ao momento, (17 de julho) em 2013, foram sinalizadas 58 situações”. No Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), em Portimão, “durante o ano de 2012 foram sinalizados, pelos serviços de pediatria, 34 casos de maus tratos (risco social, negligência, mau trato físico, abuso sexual e mau trato psicológico). Durante o primeiro semestre de 2013, foram sinalizados 34 casos”, informou o CHBA.
Para Maria Deolinda Barata, presidente da secção de Pediatria Social da Sociedade Portuguesa de Pediatria, “há a clara perceção de que a negligência grave está a aumentar”. “A negligência passiva, com a incapacidade das famílias em satisfazer as necessidades básicas das suas crianças, assim como a ativa, em que há uma intenção em causar dolo e dano, é a principal forma de mau trato. Voltamos a ver, de uma maneira hedionda, maus tratos que já não víamos há vinte ou trinta anos”, alertou a coordenadora do Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e Jovem em Risco.
Na origem deste problema social, está o agravamento das condições sociais. “A gravidade desta crise socioeconómica, tão devastadora, é o fator mais determinante para o aumento dos maus tratos”, já que “empurra as famílias para a indignidade”, concluiu.