DIOGO INFANTE PREGA AOS PEIXES

Diogo Infante diz que críticas do padre António Vieira continuam muito atuais
Diogo Infante diz que críticas do padre António Vieira continuam muito atuais
Diogo Infante diz que críticas do padre António Vieira continuam muito atuais
Diogo Infante diz que críticas do padre António Vieira continuam muito atuais

Diogo Infante já não se lembra bem de como foi estudar o ‘Sermão de Santo António aos Peixes’, do Padre António Vieira, no liceu, mas para se certificar de que os atuais alunos do Ensino Secundário não esquecem um texto “fundamental”, vai dizê-lo em recital, para escolas, a partir do início do próximo ano letivo.
Primeiro no Teatro do Bolhão, no Porto, depois na Comuna, em Lisboa, o ator quer partilhar com os mais jovens – e não só – “a riqueza incomparável de um texto que nos mostra, claramente, que a natureza humana não muda”.
“À medida que ia lendo o sermão, ia-me surpreendendo com a sua atualidade”, diz Diogo Infante. “É relativamente fácil pensar-se que António Vieira viveu numa sociedade menos evoluída, mas a verdade é que as suas críticas – políticas e sociais – podem ser aplicadas aos políticos e figuras públicas de hoje.”
Inicialmente desafiado pela Câmara Municipal do Porto a fazer uma leitura pública da obra de 1654, Diogo Infante diz que o resultado agradou de tal forma aos professores, que os pedidos choveram para que preparasse o recital para o público escolar.
“Agora que estou mais disponível e sensibilizado para as questões da Educação, até porque tenho um filho, acho pertinente este trabalho para as escolas”, partilha. “Também tenho a noção da responsabilidade e do que este tipo de projeto pode implicar a longo prazo: idealmente, estarei a formar públicos de teatro para o futuro.”
Não se espere, porém, uma peça de teatro. Diogo Infante não vai ‘encarnar’ Padre António Vieira. Vai, isso sim, sob a direção de Cucha Carvalheiro, dizer o seu texto de “forma atual”. De antigo, só mesmo a teorba, instrumento de cordas predecessor do alaúde, que será interpretado ao vivo por Hugo Sanches.