DESORDEM MUNDIAL

O mundo anda estranho. Depois da segunda guerra mundial criou-se uma ordem social, cuja receita parece estar a esgotar-se e é urgente encontrar-se nova solução. Hoje, fala-se em guerra como se tratasse de uma coisa menor, acessível e interessante para a maioria. Desde a invasão do Iraque que o mundo se habituou a ver guerra em direto através da TV. E o mais curioso é que tudo indica que poderá repetir-se a qualquer momento.

O Médio Oriente passou a fazer notícia desde há 50 anos pelas piores razões. Inicialmente, eram árabes e judeus. Agora, somente entre árabes. A religião continua a dividir mais do que a unir e o mundo sofre, porque as consequências são alargadas à escala global.

As ditaduras árabes, durante muitos anos, transmitiram uma certa tranquilidade e que o mundo ignorou e aproveitou. Quando o Irão explodiu com o derrube do Xá, toda a região sofreu profundas alterações e o mundo reajustou-se, como se faz depois da passagem de um terramoto. Até que chegou a hora do antagonismo entre iranianos e iraquianos e, mais uma vez, tivemos que nos habituar ao imprevisível.

As mudanças políticas, entretanto, verificadas alteraram o mapa. Entre guerras e terrorismo, a diplomacia acompanha na expetativa de melhores dias. A propalada primavera árabe trouxe novidades. O Egito é caso paradigmático. Mubarak passou de presidente a recluso e num ápice e em vésperas de julgamento é transferido para a liberdade. O exército voltou a mandar, como aliás sempre mandou, apesar de terem deposto e prendido um presidente eleito por sufrágio universal.

Agora é a Síria que está a ferro e fogo e das palavras ao atos vai uma distância assustadora. Os Estados Unidos, a Europa, a Rússia, também a China pensam e propõem planos. No meio de todos aparece a Arábia Saudita, cujo regime ninguém questiona e ousa duvidar, para se redesenhar o Médio Oriente.

Da Líbia já ninguém fala e, perante tanta destruição, que faz a ONU? Pois bem! Ouve testemunhos, analisa denúncias e espera melhores dias. Por todo o mundo procura-se equilibrar as forças, mas quem está no meio da guerra vai sofrendo sem piedade. Uma nova ordem mundial é necessária e com urgência. O problema já não é fronteiras, mas sim desordem social e incapacidade de mobilizar as populações para o bem e o desenvolvimento.

A Direção