DEMOCRACIA DIGITAL

Até agora temos vivido segundo os padrões da democracia representativa. Em quase todos os países, os cidadãos são chamados, em determinados períodos pré-estabelecidos, para elegerem os seus legítimos representantes. As eleições determinam quem são os vencedores que previamente se propuseram a governar e a dirigir os destinos de uma nação e de um povo. Esses representantes, porém, são sujeitos a permanente vigilância por parte dos derrotados e que se constituíram em oposição, aguardando que em futuros atos eleitorais possam vir a beneficiar da confiança popular e inverter os papéis.

A história da democracia tem a sua origem em Atenas, da Grécia Antiga, e apesar das múltiplas discussões sobre conceitos e definições, significa, basicamente, o “poder do povo”. Os governos, de curta duração, eram constituídos pelos melhores, os quais eram escolhidos por grupos de cidadãos previamente sorteados. A sorte de se ser sorteado e poder participar era tido como um conceito democrático. Embora nem sempre fosse pacífico, pois houve grandes pensadores e intelectuais da Antiguidade, e que nos deixaram legado, que não gostavam de se misturar e obedecer a governos de iniciativa popular.

Mas se os gregos foram os pais da democracia, mais tarde os romanos foram os mentores do regime republicano. Uns e outros foram importantes ao ponto de saberem preservar e transmitir o pensamento. Ainda hoje se debatem estas matérias e enquanto historiadores discutem o papel de cada um, há já quem olhe para o futuro numa perspetiva diferente mas muito baseada na Antiguidade.

Esta forma que temos de votar e eleger os nossos representantes poderá ter os dias contados. Através das novas tecnologias avizinha-se uma nova forma de governação ou de exercer o poder. A democracia digital é um novo sistema político, mais direto e de auto gestão social. Se imaginarmos que dentro de poucos anos poderemos ser chamados a participar em fóruns on-line para decisões rápidas e eficazes, talvez não estejamos tão longe da verdade.

O poder legislativo, tal como o conhecemos, é contrário às novas tecnologias. Até agora temos vivido com cargas excessivas de burocracia, próprias dos regimes que se querem controlados, e que com o passar dos anos desgasta os cidadãos. No futuro, grande parte das tarefas atribuídas aos políticos serão transferidas para a esfera de competências dos cidadãos e que de forma simples e direta passarão a decidir através de referendos e pedidos de opinião como devem os representantes políticos atuar.

Os políticos passarão apenas a governar e os legítimos representantes do povo serão os próprios cidadãos que à velocidade de um click ditarão como atuar, desfazendo de uma só vez o já velho conceito de que o governo no poder já não tem a simpatia popular. Com a democracia digital acabarão os governos minoritários e os problemas de não se efetuarem reformas por falta de quórum.

A Direção