Demissões em dose dupla

Correio da Manhã Canadá

O Canadá e Portugal foram recentemente palco de demissões de cargos de extrema relevância política.

De um dos lados do Atlântico, Eduardo Cabrita, agora ex-ministro da Administração Interna português, despediu-se, finalmente, do Governo, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.

Já no Canadá, Dominic Barton apresentou a sua renúncia ao cargo de embaixador na China, depois de dois tensos anos em que foi elogiado por ajudar a garantir a libertação de dois canadianos da custódia chinesa, e criticado por estreitar fortemente os laços comerciais com Pequim.

Se em Portugal o substituto de Cabrita foi prontamente anunciado – Francisca Van Dunen, que agora acumula as pastas da Justiça e da Administração Interna – no Canadá, há um grande ponto de interrogação: quem será o sucessor de Barton?

Há quem aponte para a diplomata de longa data Julia Bentley, que serviu na China de 2011 a 2014 e terminou recentemente uma missão na Malásia, como potencial sucessora de Barton. Sarah Taylor, fluente em mandarim e embaixadora na Tailândia, é outro nome possível.

Enquanto isso, a Covid-19 continua invariavelmente a fazer manchetes nos dois países. A variante Ómicron veio reacender as preocupações das autoridades e a reforçar a importância da vacinação.

Em Toronto, destacamos nesta edição uma campanha publicitária multilingue em prol da vacinação, que inclui, entre outras línguas, anúncios em português, com o objetivo de incentivar a inoculação das crianças dos 5 aos 11 anos. Um gesto positivo da Câmara Municipal de Toronto, que assim robustece a sua política de inclusão.

Por outro lado, é de salientar o processo de administração das terceiras doses da vacina da Covid-19 tanto no Canadá como em Portugal.

O National Advisory Committee on Immunization (NACI) recomenda agora “fortemente” que todos os canadianos com mais de 50 anos e outros grupos vulneráveis – como profissionais de saúde, membros de comunidades indígenas e quem vive em contexto de cuidados congregados – recebam uma terceira dose de uma vacina de mRNA.

Já em Portugal, o processo avança de forma mais lenta. Apesar disso, como poderá verificar nas páginas 20 e 21 desta edição, a previsão é de que a maioria das crianças dos 5 aos 11 anos esteja vacinada antes do arranque das aulas, a 10 de janeiro. Uma notícia animadora, tendo em conta a subida de casos que se tem verificado recentemente no país. Agora, os olhos estão postos no Natal e na expetativa de que não se repita a história do ano passado.