
Washington, 11 jul 2025 (Lusa) – O défice público dos EUA aumentou ainda mais entre outubro e junho, em comparação com o mesmo período do ano anterior, apesar do aumento das receitas das tarifas, de acordo com documentos divulgados hoje pelo Departamento do Tesouro.
Nos primeiros nove meses do ano fiscal dos EUA, o défice aumentou 64 mil milhões de dólares, atingindo 1,4 biliões de dólares, em comparação com pouco mais de 1,3 biliões de dólares no ano anterior, um aumento de 6%, segundo dados do Tesouro.
O aumento das despesas, especialmente com os programas de saúde para reformados e norte-americanos com baixos rendimentos, Medicare e Medicaid, explica em parte este défice crescente, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Outro fator é o aumento do custo da dívida norte-americana, com o governo a pagar mais de 920 mil milhões de dólares em juros, um recorde.
Do lado das receitas, as receitas aduaneiras aumentaram de 61 mil milhões de dólares no ano anterior para 113 mil milhões de dólares nos três primeiros trimestres do atual ano fiscal.
Este aumento é explicado pelo forte aumento das taxas alfandegárias aplicadas aos produtos que entram nos Estados Unidos, que passaram de uma taxa média efetiva de 2,5% no final de 2024 para 17,6% a 01 de julho de 2025, de acordo com os dados do Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale.
Numa reunião de gabinete esta semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, estimou que as taxas alfandegárias deveriam ter gerado mais 300 mil milhões de dólares até ao final do ano.
No geral, a receita federal dos EUA aumentou 7%, graças à melhoria da receita fiscal, impulsionada, em particular, pelo aumento do emprego e dos salários.
Mas o imposto sobre as empresas caiu, com as empresas a preferirem esperar para ver as condições estabelecidas na lei financeira aprovada pelo Congresso no início de julho.
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