
O Canadá parece estar no bom caminho para cumprir, em breve, as diretrizes da NATO em matéria de despesas militares, afirmou o ministro da Defesa, Bill Blair, nomeadamente através do aumento do investimento no Ártico, perto da sua fronteira comum com a Rússia, uma vez que a região aquece rapidamente devido às alterações climáticas.
Depois da Rússia ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, os aliados da NATO concordaram em suspender os cortes orçamentais e avançar para a despesa de 2% do seu produto interno bruto com a defesa, no prazo de uma década. Na altura, o Canadá mal gastava 1%.
No ano passado, quando se tornou claro que a guerra da Rússia com a Ucrânia iria continuar, decidiram que 2% deveria ser o mínimo de despesa. De acordo com os dados da NATO, estimava-se que o Canadá gastaria 1,33% do PIB no seu orçamento militar em 2023.
“O orçamento para a defesa irá aumentar 27% no próximo ano em relação a este ano”, afirmou Bill Blair numa reunião com os seus homólogos da NATO em Bruxelas, na Bélgica. “Iniciámos os importantes processos de aquisição das capacidades adicionais de que necessitamos e para satisfazer as exigências da NATO”.
Bill Blair afirmou que o Canadá está a investir “de forma bastante significativa no alto Ártico” e a construir novas capacidades militares, como sensores marítimos capazes de detetar ameaças.
“Creio que isso nos leva inevitavelmente a mais de 2% das despesas com a defesa. Mas tenho algum trabalho a fazer para ser capaz de articular isso tanto com o meu país como com os nossos aliados”, disse Blair aos jornalistas.
O Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que espera que cerca de dois terços dos 32 países membros da aliança gastem 2% do PIB nos seus orçamentos de defesa este ano, contra apenas três países há uma década.