CRIANÇAS E IDOSOS SALVOS POR BOMBEIROS

Populares fazem frente às labaredas em defesa das suas habitações
Populares fazem frente às labaredas em defesa das suas habitações
Populares fazem frente às labaredas em defesa das suas habitações
Populares fazem frente às labaredas em defesa das suas habitações

“Bombeiros, salvem aquelas crianças. Estão sozinhas em casa e em pânico”, gritava uma mulher desesperada ao ver as chamas a invadir a aldeia de Fornelo do Monte, Vouzela. Ali, como noutras aldeias dispersas pela serra do Caramulo, bem como nos concelhos de Oliveira do Hospital e Trancoso, viveram-se ontem momentos de pânico. Foi mais um dia em que os bombeiros tiveram de fazer frente a cerca de três centenas de fogos que destruíram casas, feriram bombeiros e populares.
Em Fornelo do Monte as chamas invadiram a aldeia, destruíram casas e barracões agrícolas e colocaram a população em risco. Crianças e idosos foram retirados das suas casas e levados para locais seguros. “Isto é o inferno”, gritaram as pessoas ao verem as chamas ‘lamber’ as habitações. Este incêndio começou de madrugada em sete sítios diferentes, subiu até ao topo da serra – descontrolado e demolidor. A meio da tarde atuou uma equipa do Grupo de Análise e Uso de Fogo. Por motivos que vão ser apurados mas a que não é alheia a mudança repentina do vento, o fogo em vez de ceder ganhou força e dirigiu-se para a aldeia. Os meios aéreos não puderam atuar por falta de condições. No descontrolo da situação, cinco bombeiros ficaram cercados pelo fogo. “Foi um milagre não termos ficado ali mortos”, desabafaram ao CM. Um dos voluntários sofreu queimaduras em várias partes do corpo e foi assistido no hospital. Em Trancoso, três bombeiros também ficaram feridos quando protegiam uma habitação das chamas. O anexo ardeu e ocorreram várias explosões. Uma delas atingiu os três voluntários, que ficaram com várias queimaduras e hematomas no corpo. Estão livres de perigo.
Ao fim da noite, o fogo que mobilizava mais meios consumia floresta em Oliveira do Hospital. Começou em Santo António do Alva, ameaçando aldeias e a zona industrial da cidade.