COVID-19: VENDEDORES DE MERCADOS DA CAPITAL MOÇAMBICANA MAIS EXPOSTOS A DOENÇA – INQUÉRITO

Maputo, 31 ago 2020 (Lusa) – Os vendedores dos mercados da Cidade de Maputo, capital moçambicana, têm a maior taxa de exposição ao novo coronavírus, indicam resultados preliminares do inquérito sero-epidemiológico sobre a covid-19 naquela cidade.

“Todos os grupos profissionais são afetados, sendo os vendedores de mercados e os de estabelecimentos comerciais os mais expostos”, refere-se no inquérito consultado hoje pela Lusa.

O estudo foi realizado pelo Instituto Nacional da Saúde (INS) e um total de 10.337 pessoas foram inquiridas na cidade de Maputo.

Os dados apresentados no inquérito indicam que os vendedores de mercados estão mais expostos à doença, apresentando a maior taxa de seropositividade (5,22%), seguidos dos estabelecimentos comerciais, com (4,54%), a polícia, com 3,94%, e os funcionários de aeroportos e portos, com 3,31%.

Os profissionais de saúde ocupam a quinta posição, com uma taxa de exposição de 2,63%, seguidos dos transportadores, com 2,25%, e em último estão idosos em lares ou centros de acolhimento, com 1,18%.

Entre os profissionais de saúde, os técnicos de laboratório têm a maior taxa de seropositividade, com 3,64%, seguidos dos administrativos, 2,94% e em terceiro estão os agentes de serviço, com 2,86%.

O levantamento realizado naquela cidade revela ainda que cidadãos de todas as faixas etárias estão expostos ao novo coronavírus, cuja seropositividade é maior em pessoas com 60 anos ou mais (4,48%), seguida da faixa entre 15 e 34 anos (4,42%) e, em terceiro, a faixa entre 0 e 14 anos, com 3,25%.

A faixa dos 35 aos 59 tem a taxa de seropositividade mais baixa, com 3,03%.

O inquérito apurou ainda que 70,62% dos inquiridos expostos à covid-19 não teve sintomas nos últimos 30 dias e os restantes 29,38% apresentaram sintomas.

A cidade de Maputo foi o terceiro local em Moçambique a ser considerado como um sítio com transmissão comunitária do novo coronavírus, em 10 de agosto, depois de Nampula e Pemba, no norte do país.

O inquérito realizado na capital moçambicana consistiu em testes sero-epidemiológicos rápidos para a covid-19, que não detetam a presença do novo coronavírus no momento da sua realização, mas indicam se a pessoa esteve exposta ao vírus.

O resultado é revelado em 15 minutos, ao contrário do teste para a deteção do novo coronavírus, cujo resultado em Moçambique é normalmente conhecido em dois dias.

A Cidade de Maputo regista o maior número de infeções, com 1.029 casos ativos de covid-19, do total de 3.916 casos já registados no país, que tem um total de 23 óbitos e 2.170 recuperados.

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