Os números oficiais da Covid-19 não espelham a real situação pandémica do Canadá. Quem o diz são alguns especialistas, que apontam para falhas na identificação do total de casos. Ainda que o Canadá esteja a viver uma tendência decrescente, a Direção-Geral da Saúde do país alerta, por sua vez, para os riscos de uma terceira vaga, por causa das novas estirpes.
Os números da pandemia passaram a ser uma espécie de mantra diário das sociedades globais. A cada dia, centenas de novos casos servem para medir o pulso da situação. Os especialistas apontam, contudo, para a fragilidade dos números, que podem não estar a fazem um retrato fiel da situação.
A teoria de que os números não correspondem à realidade é reforçada por um estudo recente feito nos Estados Unidos. A análise conclui que total efetivo de casos norte-americanos é cinco vezes maior do que o total reportado.
No Canadá, também há peritos a dizer que os valores oficiais não espelham a real situação epidemiológica. O problema está em grande parte na falta de sinais da doença. Há quem tenha poucos ou nenhuns sintomas, não fazendo, por isso, o teste à Covid-19. Há mesmo quem escolha não proceder ao diagnóstico por outro motivo qualquer.
A agravar o cenário, a escassa capacidade de testagem e o acesso limitado a cuidados de saúde, que também dificultam uma identificação plena do número de casos no Canadá.
Enquanto isso, o combate à pandemia prossegue, com os olhos postos não só na testagem, mas também na vacinação. Em Ontário, os especialistas têm defendido uma administração de doses mais agressiva para impedir uma terceira vaga. Na província vizinha de Manitoba, o executivo planeia comprar doses à margem do Governo federal para imunizar a sua população.
A Direção-Geral da Saúde reitera a importância de uma vacinação musculada para travar os contágios, mas alerta que há riscos de uma terceira vaga da pandemia no país. O organismo alertou esta sexta-feira, dia 12, para a transmissão comunitária de várias mutações mais contagiosas do vírus no Canadá. Já foram detectadas no país as estirpes britânica, sul-africana e brasileira.