COVID-19: ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS CAI QUASE 30% NO BRASIL EM JUNHO

São Paulo, 23 jul 2020 (Lusa) — A arrecadação de impostos pagos ao Governo central do Brasil registou uma queda de 29,59% em junho de 2020, face ao mesmo mês de 2019, descontada a inflação, informou hoje a Receita Federal do país.

Em junho deste ano o montante arrecadado com pagamento de impostos totalizou 86,2 mil milhões de reais (14,2 mil milhões de euros), o menor resultado para o mês desde 2004. Em junho de 2019, a arrecadação foi de 119,9 mil milhões de reais (19,8 mil milhões de euros).

De janeiro a junho deste ano, a arrecadação total de impostos federais no maior país da América do Sul chegou a 665,9 mil milhões de reais (110,1 mil milhões de euros), dado que indica uma queda de 14,7% face os registos do primeiro semestre do ano passado, quando foram arrecadados 757,5 mil milhões de reais (125,3 mil milhões de euros).

Segundo a Receita Federal brasileira, junho foi o quarto mês consecutivo com registo de queda de receita em valores absolutos e o quinto mês seguido de queda real, quando é descontada a inflação.

A queda na arrecadação do Governo central brasileiro deu-se principalmente por causa do adiamento no pagamento de impostos, que estão entre as medidas adotadas para aliviar os efeitos da paralisação económica causada pelo novo coronavírus.

Houve também a redução de impostos em algumas categorias e a redução a zero de tributos federais sobre alguns produtos, nomeadamente de materiais e equipamentos importados usados na área médica que tiveram uma elevada procura por causa da pandemia de covid-19.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2,2 milhões de casos e 82.771 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 627 mil mortos e infetou mais de 15,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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