Convenção aperta malha da proteção a 70 espécies de tubarão e raia ou manta

Banguecoque, 28 nov 2025 (Lusa) — Os países signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) aprovaram hoje, em Banguecoque, o fortalecimento da proteção a peixes cartilaginosos como tubarões, mantas e raias.

A decisão foi bem acolhida por peritos ambientalistas que vinham alertando para o facto de muitas espécies de tubarões e raias, designadamente o tubarão-baleia, enfrentarem pressão crescente devido à pesca excessiva e às mudanças climáticas.

A diretora de programas do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), Barbara Slee, classificou a votação como “uma vitória histórica para os tubarões”.

“Os dados científicos mostram claramente que os tubarões devem ser considerados uma questão de conservação e não um recurso de pesca”, disse à agência noticiosa francesa France Presse.

O acordo CITES protege os animais e plantas mais ameaçados do Mundo e regula o comércio de mais de 40.000 espécies.

A decisão hoje tomada proíbe o comércio de tubarões-baleia, raias-manta e raias-móbula, mantém a proibição do comércio do tubarão-de-pontas-brancas-oceânico, espécie criticamente ameaçada de extinção, adotada na quinta-feira.

O comércio de diversas outras espécies de tubarão é regulamentado e permitido apenas se considerado sustentável. As propostas para fortalecer a proteção dos tubarões foram adotadas por consenso.

“Isto tem de servir para o fim da pesca abusiva e para uma nova onda de esperança para os tubarões”, disse ainda Lee.

Mais de um terço das espécies de raias e tubarões estão ameaçadas de extinção, principalmente devido à sobrepesca, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Muitas destas espécies são capturadas por causa das suas barbatanas, fígado ou mesmo carne, enquanto outras são mortas acidentalmente por redes de pesca que visam outras espécies piscícolas.

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