Contributo político de António Pinto Leite “podia ter sido imenso, inimaginável”

Lisboa, 12 out 2023 (Lusa) — O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou hoje o advogado e antigo dirigente do PSD António Pinto Leite e considerou que, se não se tivesse afastado da vida política, o seu contributo “podia ter sido imenso, inimaginável”.

O chefe de Estado falava na sessão de lançamento do livro “Não Há Vidas Grátis”, de António Pinto Leite, editado pela Sopa de Letras, da Principia Editora, na sede da sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, em Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa, que assinou o prefácio deste livro, disse que António Pinto Leite fez “uma das grandes opções da sua vida” quando a certa altura “decidiu romper com a vida política, em sentido restrito, a política do desempenho de cargos, do exercício de poderes, da vida partidária”, dando preferência ao exercício da advocacia.

“A política acabou por ser a mais sacrificada, nas últimas décadas. E fica sempre essa sensação de vazio que é imaginar o que teria podido ser o contributo de António Pinto Leite nessa vivência política. E podia ter sido imenso, inimaginável — porque ele tinha uma imaginação e uma criatividade também elas ilimitadas”, acrescentou o Presidente da República.

António Pinto Leite foi vogal da Comissão Política Nacional do PSD quando Marcelo Rebelo de Sousa presidiu a este partido e, mais tarde, vice-presidente, durante a liderança de Durão Barroso. Antes, liderou a Comissão Política Distrital do PSD de Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa qualificou-o como “uma personalidade excecional” e recordou o tempo em que Pinto Leite “era militante base do partido e, ao mesmo tempo, segurança do partido, em que garantia a sobrevivência no período revolucionário, passando pelo crescimento desse partido, a abertura à sociedade, a afirmação num quadro novo”, realçando “o papel que teve a nível local” e também as “responsabilidades nacionais”.

“E depois chega um momento em que tem de fazer opções. Era impossível viver aquelas vidas todas ao mesmo tempo. E, para surpresa de muitos, optou pela advocacia. Alguns esperariam que optasse pela vida política”, referiu.

Nesta sessão estiveram presentes figuras do PSD e do CDS-PP como o anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, os antigos primeiros-ministros Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes e o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas.

No fim da apresentação, questionado sobre a publicação hoje em Diário da República dos Estatutos da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que está em funções há quase um ano, o chefe de Estado não quis relacioná-la com os apelos que tem feito — o último dos quais na quarta-feira — para que este quadro orgânico ficasse definido.

“A minha sensação é que já devia estar pronto há muito tempo e não saía. Recebi a portaria, não tenho de assinar uma vez que é uma portaria, mas é muito longo, muito elaborado. Prometo lê-lo e depois dizer qualquer coisa”, afirmou.

No seu discurso, António Pinto Leite agradeceu ao “querido amigo Marcelo Rebelo de Sousa” por ter escrito o prefácio do seu livro e fez-lhe um rasgado elogio: “Sem desprimor para ninguém, e tenho vivido rodeado de brilho, inteligência absoluta e génios, você é o espírito mais brilhante que eu conheci. E é a meu ver um privilégio para Portugal tê-lo como Presidente da República”.

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