CLIMA E CORRUPÇÃO

Tanto as alterações climatéricas que se vêm registando nos últimos anos, e que deveriam merecer a atenção de todos, como os atos de corrupção que todos os dias são notícia por todo o lado, podem parecer à partida coisas desconexas e sem ligação entre si. Mas o certo é que na semana passada o mundo assistiu impávido ao desfecho da cimeira de Paris sobre o clima e, ao mesmo tempo e por designação das Nações Unidas, foi assinalado o Dia Internacional contra a Corrupção.

A corrupção é um crime grave que prejudica o desenvolvimento económico e social das sociedades. No que respeita às alterações climatéricas todos somos responsáveis pelo que se está a passar. Entre uma coisa e outra, todos os países são afetados, embora uns mais do que outros.

Quando há dois séculos o Homem iniciou a revolução industrial começou-se o novo ciclo da poluição e destruição dos recursos hídricos e todo o meio ambiente. Os rios foram durante muitos anos, os primeiros e únicos esgotos do lixo industrial. Quando soaram os primeiros alarmes sobre a pouca quantidade de água potável disponível, as preocupações centraram-se em salvar os rios e criar as condições necessárias para que uma qualquer fábrica pudesse laborar normalmente sem que para tal tivesse que prejudicar esse meio ambiente.

Mas se se melhoraram os recursos hídricos, tudo ficou na mesma, ou assim parece, no que respeita às emissões de gases e que através do efeito estufa estão a contribuir para o aquecimento global e a pôr em risco o futuro da humanidade. Dizem-nos, e todos sabemos, que o mundo mudou e mudou muito. Mas isso sempre aconteceu ao longo de gerações e civilizações e que se saiba nunca estiveram em causa questões tão problemáticas como as da atualidade.

Tuvalu é um pequeno arquipélago do Pacífico. E como diz o seu primeiro-ministro, se se salvar Tuvalu salva-se o mundo. Isto, porque com o aquecimento global, o degelo e a consequente subida das águas estão em risco muitos territórios. Clima e corrupção sofrem do mesmo e somente com fortes políticas de Educação se poderá defender o planeta no futuro. Estamos perante problemas de cidadania que urge resolver.

E não será, com certeza, com as políticas atuais, que se resolverão facilmente os problemas do planeta. Atualmente, verifica-se que alguns Estados, por ultrapassarem os limites atribuídos para a emissão de gases de efeito estufa, aproveitam-se da situação de outros países mais pobres e que nada poluem, porque nem sequer têm essa capacidade, e pagam-lhes chorudas quantias em dinheiro, apenas para se manterem as quotas determinadas em cimeiras. Uns poluem muito e os outros quase nada, mas a matemática encarrega-se de resolver o problema. Assim vai o clima e a corrupção. Ou melhor, assim vai o nosso mundo.

A Direção