Todos recordamos a recente falência da cidade norte-americana de Detroit. Berço da indústria automóvel, tornou-se insolvente e pediu a proteção dos credores quando deixou de ter capacidade para pagar as suas dívidas. A principal causa desta insólita realidade foi a má gestão com muita corrupção pelo meio. As grandes empresas deixaram de acreditar na cidade e mudaram-se, o que representou uma considerável perda de receitas fiscais. Em consequência, a população ativa foi reduzida a metade nos últimos 60 anos e a taxa de homicídio é das mais elevadas.
Recentemente, em Portugal as notícias também dão conta da má gestão de muitas cidades. Para já, há quatro que não têm sequer dinheiro para pagar salários e pediram ajuda financeira urgente ao Governo para fazer face aos problemas imediatos. São Aveiro, Portimão, Vila Nova de Poiares e Nazaré. Mas estes não são os únicos casos, pois há outros 19 Municípios a precisarem de apoio rápido por registarem resultados próximos da falência e obrigatoriamente terão de recorrer aos créditos do Governo central. Para além destes, há ainda outros 23 Municípios que também se preparam para o mesmo plano de auxílio por estarem a atingir esse limiar de insolvência.
Se em Detroit foi a corrupção a principal causa da desgraça, aqui não nos afastamos muito do mesmo cenário. A concessão de autonomia financeira às autarquias portuguesas começou há apenas 35 anos. Portanto, é neste curto espaço de tempo que alguns “políticos”, que se pensavam iluminados, resolveram candidatar-se à liderança do desenvolvimento das suas terras. Sem projetos nem sustentabilidade; sem ideias nem capacidade de liderança e de trabalho, alguns que nunca fizeram nada na vida, transformaram-se nos arautos do despesismo e da incompetência.
Para eles, governar uma cidade era captar votos e ganhar eleições, distribuir a riqueza pelos partidos, amigos e outros protegidos.
As políticas desta gente baseava-se nas críticas ao Governo do País, afinal a sua principal fonte de receita, e depois “alimentavam” a população com benesses do género de pagar o menos possível de impostos municipais, isentar e gratificar, reduzir horários de trabalho dos funcionários e promover o absentismo. Um presidente destes era considerado o porreiro lá da terra e a quem se poderia pedir auxílio em caso de necessidade ou não, uma vez que qualquer coisa haveria sempre para distribuir.
Apesar de governarem áreas restritas e pouco povoadas, sempre demonstravam grande azáfama e sem tempo para nada. Um desconhecido investidor poderia ter de esperar tempo sem fim até ver qualquer projeto aprovado. Muitos são os que desistiram de investir em determinadas terras devido à forte burocracia. O curioso é que estes “políticos” foram ganhando as eleições com as promessas irresponsáveis e agora o resultado está à vista.
A Direção