
Pequim, 26 dez 2025 (Lusa) — A China repatriou 952 suspeitos de cibercrimes da cidade de Myawaddy, em Myanmar, junto à fronteira com a Tailândia, no âmbito de uma operação conjunta com as autoridades birmanesas e tailandesas, informou esta quinta-feira a agência Xinhua.
Desde o início deste ano, mais de 7.600 cidadãos chineses suspeitos de fraudes através da internet e aplicações de mensagens em Myawaddy foram repatriados, de acordo com dados do ministério chinês da Segurança Pública.
Após esta última operação, o ministério comprometeu-se a “reforçar a cooperação transfronteiriça” na aplicação da lei, para combater a fraude nas telecomunicações e online, indicou a agência oficial chinesa.
Este movimento enquadra-se numa campanha lançada por Pequim contra as redes de cibercrimes com base em Myanmar, antiga Birmânia, onde grupos armados de origem chinesa controlam há anos complexos imobiliários dedicados a fraudes online, prostituição e jogo ilegal.
Estes centros de cibercrimes proliferaram em Myanmar em zonas fronteiriças com a China, beneficiando de um ambiente instável político e em termos de segurança, na sequência do golpe de Estado de fevereiro de 2021 naquele país, que favoreceu a ação de vários tipos de grupos de crime organizado.
De acordo com um relatório das Nações Unidas, pelo menos 120.000 pessoas encontram-se sequestradas em centros em Myanmar, onde são obrigadas a realizar fraudes cibernéticas.
Trata-se de complexos de edifícios, fechados, semelhantes a prisões, onde essas pessoas, enganadas com falsas ofertas de emprego, são obrigadas a cometer fraudes online a partir de computadores, sofrendo “violência extrema”, explicaram autoridades internacionais.
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