Portugal é um dos principais destinos europeus preferido pelos chineses para grandes investimentos. Comparado com os valores das diferentes economias europeias, Portugal assume mesmo a liderança desta preferência e que se espalha por vários setores da economia.
O investimento chinês em Portugal começou de forma tímida como resposta ao lançamento do programa dos vistos gold. Este programa destinou- se a premiar os cidadãos de qualquer parte do mundo que a troco de investimentos superiores a meio milhão de euros conseguiriam obter autorização de residência válida para Portugal e, consequentemente, para toda a zona euro. Rapidamente os investidores chineses ganharam a dianteira e destacam-se no número de pedidos para este efeito.
Começaram por investir individualmente no imobiliário das grandes cidades e em grandes áreas de campo para sentirem o verdadeiro significado da posse de terra, uma vez que na China isso não é possível, pois a terra é propriedade do Estado. Mas agora, já dominam as energias, entraram nos negócios das seguradoras e da saúde e, mais recentemente, passaram a marcar presença na banca. Para além destes setores estratégicos preparam-se também para disputar com americanos e Singapura o controlo do porto de Sines e a sua plataforma logística. Sines é dos maiores portos europeus e o primeiro a receber as super cargas provenientes do renovado Canal do Panamá.
Prevê-se que os próximos investimentos sejam na área das novas tecnologias e do ensino, ao mesmo tempo que já anunciaram que a partir de junho do próximo ano passarão a fazer ligações aéreas diretas entre cidades chinesas e Lisboa. O turismo chinês em Portugal cresceu no último ano mais de 20%, prevendo-se que em 2017, e fruto dos voos diretos, esses valores aumentem substancialmente.
É óbvio que o capital chinês está distribuído por todo o lado, mas começa a ser notório que há preferências, até pela facilidade com que se movimentam. As relações entre a China e Portugal têm 500 anos de história e de excelente reciprocidade. Macau é o melhor exemplo deste sucesso e continuará a exercer uma influência muito positiva nas relações entre os dois países. Serve de plataforma para aumentar o conhecimento dos chineses sobre Portugal, mas também é a melhor porta de entrada às exportações de produtos portugueses para aquele vasto mercado asiático.
Depois da deslocalização de grande parte das industrias da Europa e América do Norte para território asiático, por razões economicistas, agora as novas tendências podem passar por se registarem grandes investimentos chineses no negócio industrial e de logística em Portugal para garantir o selo da União Europeia e, assim, obterem-se as facilidades de circulação pelo espaço comunitário. Os chineses preveem produzir os seus produtos na China ou em alto mar e depois procederem à montagem e conclusão dos mesmos em Sines.
Chinesice ou não, parece terem encontrado a fórmula de dominarem o mundo neste século e, o mais curioso é que essa estratégia passa por Portugal.
A Direção