O chefe da principal agência de espionagem do Canadá diz que vê a possibilidade de um ciberataque por parte do Estado Islâmico ou outros grupos extremistas à infraestrutura do país como “uma grande ameaça”.
“O ciberespaço é uma das nossas principais prioridades”, defendeu Michel Coulombe, diretor do Serviço de Inteligência de Segurança Canadiana (CSIS) durante uma conferência de imprensa na quarta-feira em Otava.
Coulombe estava a responder a perguntas depois que a Grã-Bretanha anunciou que vai praticamente duplicar o financiamento do contraterrorismo do ciberespaço no meio de temores que o Estado Islâmico está a visar a infraestrutura ocidental, como hospitais, aeroportos ou centrais elétricas, usando a internet.
Ele estava acompanhado pelo Comissário da RCMP Bob Paulson e por Ralph Goodale, recém-nomeado ministro de segurança pública do Canadá.
George Osborne, o Chanceler do Tesouro da Grã-Bretanha, visitou a agência de espionagem eletrónica do Reino Unido, GCHQ, na terça-feira para anunciar £1.9 mil milhões ($3.6 mil milhões) em novos financiamentos.
O objetivo passa por desenvolver ferramentas para se defender contra ciberataques, mas também para facilitar as operações ofensivas através da internet contra as ameaças extremistas.
Entretanto, o ataque em Paris tem sido amplamente reconhecido como uma falha por parte das agências de vigilância do mundo por não terem detetado antecipadamente qualquer conversa ou conspiração. Essa falta de deteção é também um testemunho da crescente sofisticação do Estado Islâmico.
A agência de espionagem eletrónica do Canadá tem vindo a criar um sistema global de sensores para monitorizar vastas faixas de tráfego de internet para tentar defender o espaço de internet canadiano.
Documentos tornados públicos pelo informador de segurança dos Estados Unidos Edward Snowden revelam que a Communications Security Establishment do Canadá (CSE) também tem vindo a desenvolver ferramentas para ripostar, incluindo “cyberweapons” para perturbar grupos de conversação online, encerrar sites e até mesmo destruir redes de computadores.
Mas de acordo com vários observadores, ainda existem lacunas importantes na estratégia de segurança do ciberespaço do Canadá quando se trata de proteger infraestruturas vitais. que estão ligadas à Internet.
Fonte: CBC News