Chanceler alemão pede que país se arme face a ameaça russa

Berlim, 07 nov 2025 (Lusa) — O chefe do governo federal alemão, Friedrich Merz, defendeu hoje que o seu país não tem tempo a perder para se armar perante o contexto internacional, com a ofensiva russa sobre a Ucrânia.

“Cumprimos com a nossa obrigação na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa), que, como Aliança, ninguém pensa sequer em atacar, mas não temos tempo a perder”, disse, numa videoconferência das Forças Armadas germânicas, em Berlim.

Merz referiu que os aliados da Alemanha olham “especialmente para a sua nação, “terceira economia do Mundo”, e desejou fazer do seu exército “o maior exército convencional da União Europeia, para que esteja à altura.

“A ameaça russa é real. Também a vemos na Alemanha, diariamente. Vemos sabotagens, espionagem, ciberataques, voos de ‘drones’ (aeronaves telepilotadas), assassinatos a soldo e desinformação direcionada”, afirmou o ‘chanceler’.

O líder do executivo alemão destacou que o seu governo está ao serviço do rearmamento do país, através das medidas como a revisão constitucional de março último, que permite endividamento para investir em Defesa.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, reforçou que a Rússia está a armar-se para outra guerra e que não é um “cenário abstrato” a possibilidade de que venha a atacar outro país europeu.

A única maneira de manter a paz neste contexto é uma “dissuasão credível”, portanto as Forças Armadas alemãs têm que ter capacidade de Defesa e de resistência, disse Pistorius, sublinhando que é preciso continuar a defender a Ucrânia contra a Rússia.

“Uma Ucrânia estável, que negoceie em posição de força – se é que [o presidente russo Vladimir] Putin se decida a sentar-se à mesa das negociações -, contribui para a nossa segurança, na Alemanha e na Europa”, disse.

Orçamentalmente, prevê-se que a Alemanha gaste 62.430 milhões de euros em despesas com a Defesa, face aos 51.950 milhões de euros executados em 2024.

O governo alemão quer aumentar em 32,5% a despesa neste setor em 2026, para até 82.700 milhões de euros.

Já para 2029, a Alemanha pretende despender 3,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) com despesas militares, cumprindo assim o acordado, em junho, na cidade neerlandesa de Haia, em cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa).

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