
Lisboa, 25 out 2025 — Cerca de uma centena pessoas estão hoje concentradas desde as 15:30 na Praça do Rossio, em Lisboa, para exigir habitação digna, emprego seguro e denunciar injustiças sociais, violência sexual e repressão política.
A manifestação, sob o lema “Não nos Atirem Burcas para os Olhos”, foi convocada pela historiadora Raquel Varela nas redes sociais após a aprovação do projeto de lei do Chega que propõe proibir o uso de burca em espaços públicos.
Entre sol e chuva, num típico dia de outono, os manifestantes em silêncio exibiam cartazes com frases como “Burka não é crime, Nós não somos criminosas” ou “As casas são do povo, o povo ocupa as casas”.
Além de Lisboa, estão previstas concentrações no Porto (Avenida dos Aliados) e em Braga (Avenida Central).
A convocatória incentiva a mobilização coletiva por uma sociedade livre, igualitária e inclusiva.
“Queremos habitação, emprego seguro, horários para viver e tempo para amar, alimentação de qualidade. Violência é parir na estrada e ouvir ameaças da extrema-direita. Não nos metem medo”, lê-se.
Entre as reivindicações estão o direito à habitação digna, a redução do IRS para trabalhadores, o fim do trabalho noturno não essencial, o reforço dos serviços públicos e a defesa do direito à greve.
Também repudia a violência sexual e política, especialmente a promovida por ‘bots’ associados ao Chega, e critica a imprensa que reproduz a agenda da extrema-direita.
O lema da manifestação é “Não nos Atirem Burcas para os Olhos” e foi convocada dias depois de ter sido aprovada, no parlamento, na generalidade, a lei do Chega que proíbe o uso de roupas que tapem o rosto em espaços públicos, com o apoio do PSD, IL e CDS-PP. A esquerda critica a medida por estigmatizar a comunidade muçulmana.
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