São Paulo, 15 jan 2025 (Lusa) — O secretário de Estado das Comunidade portuguesas, Emídio Sousa, que realiza a sua primeira visita oficial ao Brasil, disse hoje à Lusa que procurará ajudar as casas de cultura portuguesa a modernizarem-se para atrairem mais pessoas.
“Visitei as comunidades e constatei que muitas das nossas casas têm algumas dificuldades pelo envelhecimento das primeiras gerações, que foram (…) as fundadoras”, afirmou Emídio Sousa, que está no Brasil desde o dia 10 de julho numa deslocação oficial que terminará no dia 21.
“Há aqui necessidade de ajudar estas casas a atraírem novos membros, as segundas e terceiras gerações dos descendentes. Algumas têm também necessidade de modernizar a sua forma de funcionamento, procurar novas atividades”, acrescentou.
O novo secretário de Estado reuniu-se pela primeira vez com membros da comunidade portuguesa no Brasil e afirmou ter constatado que os órgãos de comunicação social da comunidade no Brasil “são importantíssimos”, porque fazem a ligação entre Portugal e os portugueses no estrangeiro.
Segundo Emídio Sousa, alguns ‘media’ das comunidades portuguesas precisam de trazer “novas fórmulas de comunicação, que são as redes sociais, a internet, a desmaterialização de processos, [que são] uma constante em todo o mundo e há também aqui uma necessidade de modernização”.
“A nossa política será ajudar, porque nós percebemos a importância destes órgãos, vamos tentar encontrar formas de os ajudar a continuarem a funcionar, porque eles são claramente uma parte importantíssima da ligação às comunidades”, acrescentou.
Falando sobre a passagem de onze dias pelo Brasil, onde já visitou Rio de Janeiro, Santos, São Paulo, seguindo-se Brasília, Baía e Pernambuco, Sousa destacou que pretende “conhecer bem a comunidade, perceber os desafios que [se colocam] pela frente, ouvir e também apresentar as políticas do Governo relativamente às (…) comunidades.”
Questionado sobre problemas relatados pela comunidade portuguesa no Brasil em relação ao funcionamento dos pedidos administrativos feitos nos consulados, Sousa reconheceu que houve um acréscimo da atividade consular muito significativa face à nova vaga de emigração do Brasil para Portugal.
“Há uma procura muito grande de serviços, documentos, passaportes e isto às vezes gera alguma insatisfação. Estou com uma boa impressão, os nossos serviços consulares, os que visitei, estão a funcionar bem, há uma preocupação constante em dar a melhor resposta”, avaliou.
Sobre as preocupações que ouviu dos serviços consulares no Brasil, Sousa disse que a procura de nacionalidade portuguesa tem gerado dúvidas e o Governo de Portugal não quer “de maneira alguma retirar o direito dos [luso] descendentes de terem a nacionalidade portuguesa”, querendo, pelo contrário, que a tenham.
“Agora há um acréscimo muito significativo dessa procura em Portugal, que muitas vezes leva a um atraso administrativo, mas procurei também dar-lhes nota que, em momento algum, deixaremos de atribuir a nacionalidade aos nossos descendentes”, concluiu.
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