Ratos mortos foram encontrados na residência oficial do primeiro-ministro do Canadá. As autoridades decidiram fechar a habitação no ano passado, numa altura em que se suspeitava que o ar na mansão não era mais seguro para se respirar.
Anos de negligência transformaram a casa mais importante do Canadá, a residência oficial do primeiro-ministro, revestida de calcário, na Sussex Drive n.º 24, num amontoado de ratos mortos presos atrás de paredes caídas, segundo documentos agora divulgados.
No ano passado, a Comissão Nacional encarregada de preservar edifícios patrimoniais em Ottawa, encerrou a residência, estimando o custo de renovação em quase 40 mil dólares.
O edifício, construído em 1868, foi assumido pelo Governo em 1951.
Os documentos, obtidos pela comissão, sublinham as formas como décadas de negligência deixaram a residência oficial do primeiro-ministro atormentada por bolor, janelas rachadas, canalização falhada e um sistema elétrico amplamente visto como um risco de incêndio.
Destacaram também o problema de ratos no edifício.
As paredes interiores dos edifícios contêm ainda amianto perigoso e não podem ser removidas até que um plano de remediação esteja em vigor.
“Entretanto, usamos o isco para controlar a situação, mas isso deixa-nos com excrementos e carcaças entre as paredes e nos espaços do sótão e da cave”, diz o documento da Comissão Nacional.
Os ratos em decomposição, tinham levado a “preocupações reais com a qualidade do ar” dentro da residência.
Justin Trudeau passou anos na casa, em criança, quando o pai era primeiro-ministro, mas depois de tomar o poder em 2015, declarou que não voltaria.
A propriedade não tem agora inquilinos a tempo inteiro, mas existem terrenos que são frequentemente utilizados para festas no jardim. E a piscina e sauna do edifício, instalada em 1975 a pedido do pai de Justin Trudeau, Pierre Trudeau, é ainda utilizada com muita frequência.
Outros documentos obtidos pela imprensa do Canadá mostraram que, mesmo sem moradores, a residência acumula contas caras de serviços públicos. Em janeiro, a conta de eletricidade da mansão foi de quase 5 mil dólares.