Queluz, Lisboa, 07 nov 2025 (Lusa) — O canal revestido a azulejos que atravessa os jardins do Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, vai ser requalificado, representando um investimento de quatro milhões de euros, foi hoje anunciado pela Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML).
“O espaço vai ser restaurado e voltará a ter o espelho de água que o caracterizava no século XVIII, aproximando os visitantes da atmosfera e das vivências da época em que a família real e a corte se passeavam de barco sobre as águas tranquilas (represadas por um sistema de comportas), lê-se no comunicado da PSML, empresa de capitais públicos para a salvaguarda e valorização da paisagem património da humanidade, cabendo-lhe a gestão de alguns dos monumentos, entre os quais o Palácio Nacional de Queluz.
As “paisagens fantasiosas” dos grandes painéis de azulejos foram concebidas a partir de gravuras, representando portos de mar e paisagens variadas, sublinha a PSML.
O projeto de intervenção deve estar concluído no primeiro semestre de 2028, disse à agência Lusa a assessoria de imprensa da PSML.
“Trata-se de uma intervenção que conjuga os três princípios orientadores que guiam a ação da Parques de Sintra, pois valoriza o património e promove a qualidade da visita, tornando-a mais autêntica; aprofunda a ligação à comunidade científica, ao assentar numa parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil; e testa soluções inovadoras e sustentáveis que preservam o património construído para as próximas gerações”, afirma no comunicado o presidente da PSML, João Sousa Rego.
O responsável realça que este é “um esforço pioneiro em Portugal”, decidido pela PSML, ao “realizar intervenções-piloto no próprio local, de modo a testar e avaliar os materiais e técnicas mais adequados, antes da obra final”.
“O Canal dos Azulejos de Queluz é um testemunho vivo da arte, da engenharia e do património cultural português que importa preservar”, sublinha o presidente da PSML.
O Palácio Nacional de Queluz localiza-se numa área de aproximadamente 16 hectares, tendo sido iniciada a sua construção em 1747, sob a direção do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira. Inicialmente, propriedade de veraneio do futuro rei Pedro III, consorte da rainha Maria I, foi residência da família real entre 1794 e 1807, durante a regência do futuro rei João VI.
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