
O Canadá planeia aumentar de forma significativa a sua despesa em defesa, procurando alcançar níveis de investimento que não eram vistos desde a Guerra Fria e responder às exigências da NATO. O primeiro orçamento federal do Governo liderado por Mark Carney prevê cerca de 82 mil milhões de dólares destinados à área militar nos próximos anos, incluindo nove mil milhões no ano em curso, embora muitos detalhes sobre a aplicação concreta desses fundos permaneçam pouco claros.
O ministro da Defesa, David McGuinty, afirma que o executivo está preparado para cumprir os compromissos assumidos com a aliança, apesar das dúvidas levantadas sobre a capacidade do Ministério da Defesa de executar rapidamente todo o orçamento disponível. Segundo o governante, o financiamento atual representa uma mudança relevante após anos de subinvestimento nas Forças Armadas.
Durante anos, o Canadá foi alvo de críticas dentro da NATO por não cumprir a meta de investir o equivalente a 2% do seu produto interno bruto em defesa. Essa posição contrastava com declarações anteriores de responsáveis políticos que consideravam o objetivo difícil de atingir num curto espaço de tempo. Com a nova orientação, o Governo comprometeu-se não só a alcançar essa meta, como também a avançar para um patamar mais elevado até 2035.
Analistas sublinham, no entanto, que só no final do exercício orçamental será possível confirmar se os montantes previstos foram efetivamente gastos e se o objetivo foi alcançado. Há também incertezas quanto a projetos ainda não incluídos nas contas e à forma como a NATO permite classificar algumas despesas como relacionadas com a defesa. Ainda assim, a percepção geral é que o Canadá estará suficientemente próximo das metas para evitar tensões diplomáticas com os seus aliados, mesmo que o caminho futuro exija decisões difíceis sobre prioridades de despesa pública.
