
Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), afirmou que dia 2 de abril seria o “Dia da Libertação”. O suspense criado girou em torno das tarifas de 25% adiadas ao Canadá e ao México, após o período de suspensão de 30 dias. Além disso, ameaçou tarifas recíprocas a vários países, incluindo também o Canadá e o México, na importação de automóveis para os EUA e um aumento de tarifas sobre o aço e o alumínio.
No Canadá, o dia 2 de abril foi de sobressalto e várias reações dominaram as redes sociais e até mesmo a comunicação social, desde líderes políticos a líderes de empresas.
Mark Carney, o atual primeiro-ministro canadiano e candidato nas eleições federais canadianas, convocou reuniões de preparação da resposta nacional com o conselho de relações Canadá- EUA e com o conselho de segurança. Carney reforçou que a força do Canadá está a ser subestimada e que tudo é possível na defesa do país.
Enquanto isso, Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, disse ser necessário uma resposta imediata e de um plano a longo prazo na defesa da economia canadiana, com menos dependência do Canadá aos EUA e a renegociação do acordo de comércio existente.
O líder do NDP, Jagmeet Singh, também reagiu, referindo que o mais importante para o Canadá é proteger os trabalhadores, os empregos, a saúde e as famílias canadianas.
Doug Ford, premier de Ontário, referiu que o Canadá está unido e pronto para retaliar, mas fez questão de sublinhar que Donald Trump está a jogar contra o seu próprio país, porque estas tarifas vão gerar um aumento dos custos significativos também para os americanos.
Vários sindicatos pronunciaram-se nas redes sociais, manifestando preocupação em relação ao impacto das tarifas nos seus trabalhadores. E algumas empresas, para além de preocupadas com possíveis necessidades de despedimentos, manifestaram incerteza em relação ao futuro das suas produções e escoamentos.
Como prometido, no final da tarde de 2 de abril, Donald Trump assinou a ordem de tarifas recíprocas sobre todos os países do mundo, incluindo 25% sobre todos os veículos fabricados no exterior. As novas tarifas do ‘Dia da Libertação’ foram justificadas pelo presidente dos EUA como uma forma de impulsionar a manufatura dos EUA e punir outros países pelo que ele disse serem anos de práticas comerciais injustas..
Até ao fecho desta peça não havia muitas certezas sobre os impactos para a economia do Canadá, porém a imprensa canadiana avançou no início da noite de quarta-feira que uma nota informativa da Casa Branca afirma que o Canadá está isento das novas tarifas recíprocas anunciadas. No entanto, bens que não fazem parte do acordo comercial CUSMA estarão sujeitos a uma tarifa de 25%, enquanto a energia e o potássio que não estejam abrangidos pelo CUSMA terão uma tarifa de 10%. A tarifa de 25% sobre automóveis foi mantida.