Canadá e Israel: Governo Liberal não aceita premissa da África Do Sul

FOTO: JUSTIN TRUDEAU/X
FOTO: JUSTIN TRUDEAU/X

O Canadá não aceita as premissas do processo da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça da ONU, que acusa Israel de ter cometido genocídio na Faixa de Gaza. Israel rejeitou como falsas as acusações de que tem intenções genocidas contra os palestinianos em Gaza durante o atual conflito com o Hamas.

O Governo liberal tem enfrentado dias de perguntas sobre a posição do Canadá em relação ao caso da África do Sul perante o principal tribunal das Nações Unidas.

“O Canadá é, desde há muito tempo, um grande defensor da ordem internacional baseada em regras, processos e estruturas que foram criados nas últimas décadas para poder garantir que o direito internacional seja respeitado e aplicado”, disse Trudeau numa conferência de imprensa em Guelph, na província de Ontário.

“O nosso apoio incondicional ao Tribunal Internacional de Justiça e aos seus processos não significa que apoiemos as premissas do processo apresentado pela África do Sul”.

Numa declaração também divulgada, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, fez eco das observações de Trudeau e afirmou que o Canadá irá acompanhar de perto o processo no Tribunal Internacional de Justiça.

“Nos termos da Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio de 1948, o crime de genocídio exige a intenção de destruir ou destruir parcialmente um grupo devido à sua nacionalidade, etnia, raça ou religião. Para atingir este elevado limiar são necessárias provas irrefutáveis”, afirmou Joly.

Na declaração, Mélanie Joly afirmou ainda que o Canadá continua preocupado com a escala da crise humanitária em Gaza e apoia os esforços internacionais urgentes para garantir um cessar-fogo sustentável.

A África do Sul acusou Israel de cometer um genocídio na Faixa de Gaza, que sofreu bombardeios ininterruptos desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou zonas fronteiriças em Israel, causando mais de mil mortes e fazendo dezenas de reféns.