BREXIT: ALGO VAI ACONTECER

Está por definir como vai ser a saída do Reino Unido do espaço da União Europeia, conforme vontade popular expressa no recente referendo. Hoje sabe-se que o resultado contraria a vontade dos londrinos, dos escoceses e, especialmente, dos mais jovens. Ninguém quer ver o que está para vir, mas alguma coisa terá de acontecer.

A cidade continua linda, cheia de gente, como se nada fosse. Mas não é bem assim. A juventude e toda a massa anónima que vem de várias partes do mundo e põe o Reino Unido a mexer andam bastante preocupados.

Quem decidiu o Brexit foram, essencialmente, forças conservadoras e que ainda se recordam dos tempos áureos do império. Mas isso já acabou e o Reino Unido sozinho não pode mais ser o que valeu outrora.

A cidade mantém todo o fulgor e grande equilíbrio entre a City financeira e a City histórica. A próxima geração não está tranquila e os atuais responsáveis já se aperceberam e começaram por pedir paciência neste período de transição que alguns preferem eternizar.

O Brexit forçou à mudança de primeiro ministro. Curiosamente, o ministro dos Negócios Estrangeiros do novo governo é Boris Johnson, um dos principais defensores da saída do Reino Unido da esfera de Bruxelas. Agora é ele o responsável político pelas negociações da saída. Mas, para que isso aconteça, o Reino Unido terá de evocar o artigo 50 do Tratado da UE e, pelo que se assiste, parece não haver pressa nenhuma. Aliás, fala-se que tal só acontecerá daqui a um ano e se tudo correr de feição, caso contrário algo poderá acontecer na terra de Sua Majestade.

Entretanto, os maiores bancos e empresas financeiras do mundo preparam-se para desviar milhares de postos de trabalho, altamente qualificados, para o espaço francês e alemão. Estas entidades têm outra velocidade e não querem perder a primeira oportunidade para ocupar os melhores espaços nos novos destinos.

A economia britânica abrandou, os mais recentes dados mostram, precisamente, isso e em consequência ao Governo de Theresa May não restou outra alternativa se não pedir paciência para que tudo possa ser feito sem grandes estragos. Mas pelo que se assiste há já quem não vislumbre melhores dias para a City e muitos dos que votaram Brexit veem nesta atitude perdas de regalias a médio prazo.

A nova geração de britânicos será determinante para o futuro do Reino Unido e seu relacionamento com a Europa.

Quando a City histórica voltar a valorizar-se face à City financeira, algo vai acontecer, porque a juventude não vai permitir.

A Direção