Brasil regista inflação de 4,62% em 2023

São Paulo, 11 jan 2024 (Lusa) — O Brasil registou uma inflação de 4,62% em 2023, dentro do intervalo da meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do país, que era de 3,25%, anunciou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o órgão oficial que mede as variações dos preços no país, esta foi a primeira vez desde 2020 que a subida de preços no Brasil ficou dentro da meta. Em 2022 a inflação foi de 5,79%.

O maior impacto para o resultado da inflação no Brasil no ano passado veio do grupo transportes (7,14%), devido à subida acumulada da gasolina (12,09%).

Já o grupo alimentação, que tem maior impacto no indicador, subiu apenas 1,03% no ano passado. Este resultado deve-se à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%).

“O grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. Houve quatro quedas seguidas no meio do ano, o que contribuiu para este resultado. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras [colheitas] boas e a redução nos preços das principais ‘commodities’ no mercado internacional, como a soja e o milho”, explicou André Almeida, responsável pela sondagem do IBGE.

Apenas no mês de dezembro, a inflação no Brasil registou uma subida de 0,56%, o dobro dos 0,28% registados em novembro e o sexto mês consecutivo em que a inflação cresceu. Em dezembro de 2022, os preços subiram 0,62% no país sul-americano.

No último mês do ano passado, o destaque foi o grupo de alimentação e bebidas que registou uma subida (de 1,11%) e teve o maior impacto (0,23 pontos percentuais) no índice geral. Outro grupo que influenciou o indicador foi o de transportes, cujos preços cresceram 0,48%.

“Dezembro foi marcado por altas temperaturas em diversas regiões do país e pelo maior volume de chuvas; isso acaba por influenciar a produção de alimentos”, avaliou Almeida.

Os preços no Brasil começaram a desacelerar no último ano depois de o Banco Central aumentar e manter a taxa de juro oficial em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, uma das mais elevadas do mundo.

Dadas as menores pressões inflacionárias, a instituição monetária iniciou uma série de cortes de 0,5 pontos a partir do segundo semestre de 2023 e hoje as taxas estão em 11,75%, com previsão de novas quedas nos próximos meses. 

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